BMW e Mercedes-Benz deram importantes passos a caminho da eletrificação de sua frota. Em coletiva de imprensa realizada antes da abertura oficial do IAA Mobility, evento de mobilidade que será realizado entre 5 e 10 de setembro em Munique, na Alemanha, as duas marcas europeias revelaram carros-conceito elétricos e novas plataformas para seus futuros modelos movidos a bateria.
No estande da BMW, a atração principal é o Vision Neue Klasse, a nova arquitetura da marca alemã para EVs. Os primeiros veículos baseados nesta plataforma deverão entrar em produção em 2025.
Carros elétricos são prioridade para transição energética
“Em apenas dois anos, esses carros chegarão à estrada e, com isso, no geral, levaremos a BMW a uma nova era de inovação e sustentabilidade. Esse é o propósito do nosso show aqui no IAA”, disse o CEO Oliver Zipse à CNBC.
O executivo acrescentou que a BMW vai dobrar suas vendas de veículos elétricos este ano. Até o final de 2023, a projeção é que esta categoria responda por 15% de suas vendas globais.
A Mercedes-Benz revelou no IAA Mobility o Concept CLA Class, um veículo elétrico construído sobre uma nova arquitetura que servirá de base aos seus futuros carros a bateria. O conceito tem um alcance de 750 quilômetros e atinge 400 quilômetros com apenas 15 minutos de carregamento.
Ola Kallenius, CEO da montadora, afirmo o carro representa um “desenvolvimento revolucionário”. “Com esses números de eficiência, esse tipo de alcance, esse tipo de carregamento rápido, não conheço nenhum veículo nessa classe que possa se igualar a isso”, comentou.
Segundo a CNBC, as plataformas EV dedicadas da BMW e da Mercedes-Benz são um afastamento da arquitetura anterior, na qual adaptariam motores de combustão ou híbridos e adicionariam baterias. Este é o maior esforço das empresas em direção a uma nova plataforma para a era dos veículos elétricos.
Analistas disseram que os anúncios de ambas são grandes passos, mas ainda podem deixá-las atrás dos atuais donos do mercado: Tesla, de Elon Musk, e fabricantes chinesas, com destaque para BYD.
“Essas novas plataformas irão fechar uma grande parte da lacuna, mas não totalmente”, disse Daniel Roeska, analista sênior de pesquisa da Bernstein Research. “Elas mostram, pela primeira vez, o que os OEMs [fabricantes de equipamento original] europeus serão capazes de fazer. Provavelmente ainda falta um ano para esses carros, mas suas especificações mostram que os OEMs europeus serão capazes de criar produtos atraentes”, completou.