Folha de S. Paulo
Estudo da EPE (Empresa de Pesquisa Energética) indica que o mundo está intensificando a busca por novas reservas de petróleo, apesar dos alertas em relação aos peso dos combustíveis fósseis sobre as mudanças climáticas.
A estatal de planejamento detectou que 27 países programaramlicitações de novas áreas exploratórias este ano. Os investimentos em exploração também serecuperaram da queda na pandemia e atingiram, em 2024, O mesmo nível de 2019.
“Em um cenário geopolítico complexo, a estratégia no mundo tem sido voltar a explorar petróleo”, diz a diretora de Petróleo, Gás e Biocombustíveis da EPE, Heloísa Borges. “Tem países que haviam deixado de fazer leilões de exploração e voltaram a contratar áreas”.
O estudo associa a crescente busca por novas reservas à necessidade de garantir a segurança energética, que ganhou mais urgência após o início da guer ra na Ucrânia, com orrisco de suprimento de energia na Europa.
Organizações ambientalistas e cientistas, porém, defendem que o mundo precisa começar a reduzir o consumo de combustíveis fósseis para minimizar efeitos da mudança climática.
Estatal defende aumento da exploração
A EPE é parte da ala governista que defende a exploração da margem equatorial, alvo de resistências na área ambiental do governo. Repete, para isso, o argumento de que o Brasil atingirá o pico de produção na virada da década e perderá a autossuficiência, caso não descubra novas reservas.
O setor defende que o petróleo brasileiro é menos poluente e que sua substituição teria maiores impactos sobre o clima. O Brasil é hoje o sétimo maior exportador mundial.
“O petróleo que a gente exporta vai gerar emissão pelo consumo de um outro país, o chinês, o japonês, o europeu”, diz o diretor de Transição Energética da Petrobras, Maurício Tolmasquim.