A Petrobras teve lucro de R$ 35,2 bilhões no primeiro trimestre de 2025, alta de 48% em relação ao mesmo período do ano anterior. Pelo desempenho, a companhia anunciou a distribuição de R$ 11,7 bilhões em dividendos aos acionistas.
Desconsiderando eventos não recorrentes, como a valorização do real, o lucro da empresa foi R$ 23,6 bilhões, queda de 12,1%. “O primeiro trimestre de 2025 foi marcado por resultados positivos que refletem a forte atuação da Petrobras”, escreveu o diretor financeiro da companhia, Fernando Melgarejo.
No primeiro trimestre, a Petrobras produziu um total de 2,77 milhões de barris de petróleo e gás, praticamente estável em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. As vendas de combustíveis da companhia no mercado interno cresceram 2,9%, para 1,69 milhão de barris por dia.
No balanço divulgado nesta segunda-feira (12), a Petrobras diz que atingiu R$ 123,1 bilhões em receitas no primeiro trimestre, alta de 4,6% em relação aos primeiros três meses de 2024. O Ebitda, indicador que mede a geração de caixa subiu 1,7%, para R$ 61,1 bilhões.
O volume de investimentos, que havia sido bastante questionado pelo mercado após a divulgação do balanço de 2024, chegou a US$ 4 bilhões, 33,6% acima do primeiro trimestre de 2024. Em relação aos últimos três meses do ano, porém, houve queda de 29,1%.
No último trimestre do ano passado, a Petrobras apresentou forte alta nos investimentos, alegando que antecipou parcelas de contrato de construção de plataformas de petróleo, o que levou analistas a temer impactos nos dividendos e derrubou as ações da empresa.
A estatal fechou o quarto trimestre com prejuízo de R$ 17 bilhões, que levou a uma queda de 70% no lucro anual de 2024, para R$ 36,6 bilhões. Melgarejo disse que, agora, os investimentos estão em linha com o previsto no plano estratégico da empresa.
“Estamos realizando mais perfurações e interligações de poços e avançando na construção das novas unidades que sustentarão o crescimento da nossa curva de produção. São projetos que geram valor para os nossos acionistas e se traduzirão em receita nos próximos anos”, afirmou.
A Petrobras elencou, entre os principais investimentos do trimestre “avanços em grandes projetos do pré-sal da Bacia de Santos” e a conclusão de obras da segunda unidade da Refinaria Abreu e Lima, que haviam sido paralisadas após o início da Operação Lava Jato.
No trimestre, a área de Exploração e produção da estatal teve alta de 0,9% no lucro, para R$ 29,2 bilhões. Já a área de Refino, responsável pela produção de combustíveis, viu seu lucro despencar 43,8%, para R$ 2,1 bilhões, impactada por menores margens de venda dos produtos.
No primeiro trimestre, a empresa vendeu sua cesta de combustíveis a um preço médio de R$ 505 por barril, alta de 1,5% em relação ao trimestre anterior, motivada, principalmente, por um aumento no preço do diesel em fevereiro. O valor, porém, é 1% inferior ao registrado no primeiro trimestre de 2024.
O segundo trimestre de 2025 apresenta desafios não só para a estatal, mas para o setor de petróleo como um todo, já que as cotações internacionais foram fortemente afetadas pela guerra comercial dos Estados Unidos contra a China e pela insistência de países exportadores em elevarem produção.
Nesta segunda, o petróleo do tipo Brent, referência internacional negociada em Londres, oscilava em torno dos US$ 65 por barril, 15% mais barato do que a cotação do início do ano. O movimento de queda levou a Petrobras a promover três cortes consecutivos no preço do diesel em suas refi