StoneX mantém projeção de aumento de 5,9% na demanda de biodiesel no Brasil em 2025

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A demanda de biodiesel no Brasil em 2025 foi estimada nesta quinta-feira em 9,6 bilhões de litros, o que representa um aumento de 5,9% frente ao total registrado no ano passado, de acordo com relatório da consultoria StoneX, que vê agora o consumo do biocombustível um pouco mais alinhado com o do diesel.

A projeção não sofreu alteração em relação à estimativa anterior.

O crescimento na demanda foi impulsionado no início do ano, quando a base de comparação era mais fraca, dado que a mistura atual de 14% de biodiesel no diesel passou a valer em março do ano passado. Em janeiro e fevereiro de 2024, o Brasil misturou 12% do biocombustível no combustível fóssil.

Em março, primeiro mês com base de comparação equivalente ano a ano da mistura, as vendas de biodiesel somaram 773 milhões de litros, alta de 6,9% frente ao mesmo mês de 2024. Mas em abril atingiram 768 milhões de litros, queda de 3,9%, segundo relatório da StoneX.

A redução da demanda em abril se deu após uma frustração do setor produtivo, que esperava um aumento de 15% na mistura em 2025.

As indicações são de que esse aumento da mistura este ano não deve mais ocorrer, conforme sinalizou em relatório nesta quinta-feira a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), ao revisar para baixo a previsão de processamento de soja, principal matéria-prima do biodiesel.

No início do ano, o governo decidiu manter a mistura em 14%, citando preocupações inflacionárias.

A StoneX destacou que nos últimos anos os aumentos da mistura obrigatória levaram a saltos expressivos na demanda por biodiesel.

Mas, com a manutenção da mistura na mesma proporção registrada na maior parte de 2024, “espera-se que o desempenho da demanda caminhe em ritmo mais alinhado ao do diesel B (o produto vendido nos postos, com a mistura)”, afirmou a StoneX.

Isso significará uma demanda de óleo de soja para produção de biodiesel em 2025 de 7,8 milhões de toneladas, versus 7,2 milhões em 2024 e apenas 5,8 milhões de toneladas em 2023, quando a mistura era menor.

O total de soja processada para atender demanda de soja foi estimada em 39,2 milhões de toneladas, versus 36 milhões em 2024. A Conab revisou nesta quinta-feira o processamento total do país em 903 mil toneladas, para 56,15 milhões de toneladas, volume que atende também demanda para a produção de óleo de cozinha e as exportações brasileiras.

DIESEL B

Em relatório separado divulgado nesta quinta-feira, a StoneX manteve em sua quinta revisão anual a projeção de crescimento de 3% no consumo de diesel B em 2025, estimando um total de 69,3 bilhões de litros.

Em abril, as vendas de diesel B no Brasil registraram recuo de 4,0% em relação a março e queda de 3,6% frente a abril de 2024, em meio ao fim do processo da colheita da soja, cujas atividades, incluindo o escoamento, consomem o combustível.

Para os próximos meses, o aumento sazonal das importações de fertilizantes e o início da colheita do milho segunda safra no Brasil são os principais fatores que devem guiar o crescimento da demanda por diesel B no país.

“Diante deste cenário, as expectativas giram em torno de um consumo aquecido do combustível para o segundo e terceiro trimestres do ano”, projetou o analista de Inteligência de Mercado, Bruno Cordeiro Santos, em nota.

(Reuters)

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