BNews
por Humberto Sampaio, direto de Brasília
A vitória da distribuidora de lubrificantes baiana MLub no STJ, em ação milionária, colocou o maior grupo de petróleo e gás do Brasil em rota de colisão com a Chevron, segunda maior petrolífera do mundo. O motivo é o temor de novas ações judiciais contra a Iconic, joint venture criada pelas duas gigantes para gerir o departamento de lubrificantes da Texaco (marca da Chevron explorada no Brasil em parceria com empresas do grupo Ultra).
A vitória, por unanimidade, da MLub na decisão da 3ª Turma do STJ, no mês passado, abriu precedente jurídico que pode levar a uma enxurrada de processos de antigos distribuidores da Texaco, que teriam seus contratos de exclusividade de distribuição ignorados pela Texaco, a exemplo do ocorrido com a própria MLub.
Segundo analistas ouvidos pelo BNews, esse passivo não estava previsto quando a Chevron e o grupo Ultra se uniram para administrar a marca Texaco no país. As expectativas mais pessimistas apontam que o prejuízo para as companhias pode ultrapassar os 10 dígitos, chegando a bilhões de reais.
Rede de postos
O desastre financeiro e administrativo deixado pela Texaco e herdado pela Iconic resvala agora na nova parceira do grupo Ultra com a Chevron: a volta dos postos Texaco ao mercado de combustíveis do Brasil, que a bandeira americana havia deixado em 2009. Desde a abertura do primeiro posto Texaco, em outubro do ano passado, apenas outros dois, do mesmo proprietário e na mesma cidade de Palhoça (SC), foram abertos.
O plano do grupo Ultra era encerrar o primeiro trimestre deste ano com postos Texaco abertos em vários estados das regiões Sul e Sudeste, o que não ocorreu, apesar das dezenas de milhões de reais em patrocínios esportivos investidos pela Texaco, como o Flamengo (futebol e vôlei feminino) e Stock Car Brasil.