Monitor do Mercado
A Cosan (CSAN3) reportou prejuízo líquido de R$ 1,78 bilhão no primeiro trimestre de 2025, mais de nove vezes maior que a perda de R$ 192 milhões registrada no mesmo período de 2024.
Segundo a empresa, o resultado negativo foi causado principalmente pela menor contribuição das suas controladas, apurada por equivalência patrimonial – método contábil que reflete a participação da Cosan no lucro (ou prejuízo) de empresas como Raízen, Rumo e Moove.
Às 13h23 (horário de Brasília), as ações da Cosan (CSAN3) caíam 3,63%, negociadas a R$ 7,44.
Aumento das despesas pesa no resultado
As despesas operacionais da Cosan mais que dobraram no período de janeiro a março, passando de R$ 877 milhões para R$ 1,85 bilhão. O principal impacto veio do resultado de equivalência patrimonial, que virou de ganho de R$ 58,5 milhões para perda de R$ 1,12 bilhão.
Outro fator relevante foi o reconhecimento de R$ 285,6 milhões em perdas por “não recuperabilidade de ativos”, frente a nenhuma perda registrada nesse item no mesmo período de 2024.
A companhia citou como causas para o aumento das despesas:
Ebitda e receita recuam no 1º trimestre
O Ebitda ajustado, que mostra o desempenho operacional antes de fatores financeiros e contábeis, caiu 30,6% no período, para R$ 5 bilhões. No mesmo trimestre de 2024, o indicador havia sido de R$ 7,2 bilhões.
Já receita operacional líquida teve recuo de 2% na comparação anual, totalizando R$ 9,66 bilhões.
Com a combinação de despesas crescentes e receitas em retração, o resultado bruto caiu pela metade: de R$ 2,03 bilhões para R$ 1,01 bilhão.
Resultado financeiro da Cosan também piora
O resultado financeiro, que reflete o impacto de receitas e despesas com operações de crédito e investimentos, foi negativo em R$ 1,9 bilhão, um aumento de 7% nas despesas financeiras em comparação ao primeiro trimestre do ano anterior.
Já o Ebitda não ajustado (inclusive variações contábeis e eventos não recorrentes) caiu 32,4%, para R$ 1,98 bilhão.
Dívida reduz e melhora perfil financeiro
Apesar do prejuízo elevado, a Cosan conseguiu reduzir sua dívida líquida em 25,5% com a entrada de recursos da venda de ações da Vale e medidas de gestão de passivos.
Com a redução, a empresa encerra o trimestre com R$ 17,5 bilhões em dívidas. No fim de 2024, o valor era de R$ 23,5 bilhões.
O custo médio da dívida caiu de CDI +1,40% para CDI +0,91% e o prazo médio subiu de 6,1 para 6,4 anos. Esse movimento pode aliviar a pressão sobre o caixa da empresa nos próximos trimestres.
Recomendação do BTG para Cosan
Segundo análise do BTG Pactual, a Cosan está “correndo contra o relógio” em relação à sua estrutura de capital. O banco estima que a empresa tenha:
Mesmo com o prejuízo de R$ 1,7 bilhão no trimestre, o BTG mantém uma visão construtiva sobre a ação e recomenda compra, com preço-alvo de R$ 23.