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09/07/2020
Venda de refinarias gera debate
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Fonte: Valor Econômico

A confirmação pela Petrobras de que o fundo soberano Mubadala, de Abu Dhabi, está entre os grupos participantes no processo de desinvestimento da refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, ressaltou o interesse de investidores estrangeiros no negócio de refino no Brasil. Além do fundo dos Emirados Árabes, o Valor apurou que o grupo de origem indiana Essar é apontado com um dos candidatos e a chinesa Sinopec também estaria na disputa, segundo o jornal “O Globo”. Procurada pelo Valor, a Sinopec não comentou o assunto.

A primeira etapa do processo de venda da refinaria baiana foi um bom sinal recebido pela Petrobras, que tinha receio de como o mercado se comportaria sobre o plano de desinvestimentos durante a pandemia do novo coronavírus. Em “Live do Valor” realizada no início deste mês, o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, disse que as propostas apresentadas pela Rlam atenderam as expectativas.

Fontes que participam dos processos também se mostraram surpresos com o interesse apresentado pelos ativos de refino, mesmo no cenário da pandemia. Cada refinaria ofertada pela estatal tem atraído entre três ou quatro investidores interessados.

O plano da petrolífera brasileira é vender oito refinarias, que respondem por 50% da capacidade de refino do país.

Com relação ao programa de desinvestimentos como um todo, a Petrobras intensificou as ações desde o início da pandemia, em meados de março. Nos últimos quatro meses a estatal colocou no mercado dez novos processos de venda de ativos. Além disso, a companhia registrou o avanço de etapas de processos de outros 11 ativos.

No mesmo período, no entanto, a companhia concluiu apenas uma negociação, envolvendo sete campos terrestres no Rio Grande do Norte para a 3R Petroleum, colocando no seu caixa R$ 676,8 milhões.

Valor apurou que em negociações que estavam em etapas avançadas, principalmente na área de produção de óleo e gás, as potenciais compradoras viram o preço do petróleo despencar, afetando a financiabilidade do negócio. Segundo fontes, porém, a própria Petrobras tem se mostrado aberta a discutir soluções para a conclusão das operações.

De acordo com o plano de negócios e gestão da petroleira para o período 2020-2024, a companhia pretende levantar US$ 20 bilhões a US$ 30 bilhões com venda de ativos nesse horizonte. O plano, no entanto, foi elaborado antes da pandemia do novo coronavírus, em um cenário completamente diferente do atual.

Além dessa meta, a Petrobras considera oportunidades adicionais de desinvestimentos, por meio da venda de participações na BR Distribuidora e na Braskem. Em recentes eventos transmitidos pela internet, Castello Branco tem reiterado a intenção de vender esses ativos, porém, sem sinalizar prazos para isso.

Diante do quadro adverso vivido pela indústria do petróleo, a estatal está realizando uma revisão completa de seu portfólio, para definir sua nova expectativa de investimentos para os próximos anos. No plano 2020-2024, a previsão de investimentos para o período era de US$ 75,7 bilhões.

Em 2019, a Petrobras registrou US$ 16,3 bilhões em venda de ativos.

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