Fundo estabilizador não causaria efeito desejado na redução de preços dos combustíveis

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Valor Econômico

Diante da escalada de preços dos combustíveis, tem sido cogitada a proposta de um fundo estabilizador com os dividendos da Petrobras pagos ao governo. Entretanto, na avaliação do sócio da Leggio Consultoria, Marcus D’Elia, durante Live do Valor nesta terça-feira, o efeito na redução dos preços seria mínimo para o consumidor.
Para o executivo, os fatores que estão multiplicando o preço inicial do produto, que é o câmbio alto, o preço do petróleo e o descolamento do preço do diesel em relação ao petróleo, são fortes demais para que um fundo dê conta.
“Em 2021, a Petrobras entregou cerca de R$ 30 bilhões de dividendos da companhia, que seriam para compor este fundo. Se a gente comparar isso com o consumo no país… Hoje, se a gente somar entre diesel e gasolina no Brasil, o consumo é maior do que 100 milhões de metros cúbicos, ou seja, é maior que 100 bilhões de litros de combustível (…). O que se pode abater no preço final do produto se você dividir os R$ 30 bilhões por 100 bilhões de litros de combustível é muito pouco e não se teria um efeito desejado na situação atual”, calcula.
Para ele, a redução seria na casa dos centavos na ordem de 30 centavos que o consumidor sentiria muito pouco. Para D’Elia, um fundo estabilizador seria ideal para pequenas flutuações de preço e este tipo de subsídio “não deveria ser feito através da Petrobras, deve ser feito diretamente do governo para o consumidor”.
Para ele, seria o caso de usar um fundo para o GLP, encontrado em botijões de gás de cozinha, e que tem finalidade para o cozimento de alimentos e que faria diferença para o consumidor. No entendimento do executivo.

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