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O diesel S-10, por sua vez, custaria 12% a mais que no atual estágio, segundo estudo do Observatório Social da Petrobras

POR CARTA CAPITAL

Um estudo do Observatório Social da Petrobras, ligado à Federação Nacional dos Petroleiros, indica que o preço da gasolina estaria em média 19% mais alto se as refinarias tivessem sido privatizadas conforme o plano de desestatização da empresa.

O OSP se baseia nos preços cobrados pela Refinaria de Mataripe, na Bahia, antes e depois de sua privatização, no fim do ano passado.

O diesel S-10, por sua vez, custaria 12% a mais que no atual estágio.

“Para chegar a esses números, levamos em conta o comportamento passado – antes da privatização – dos preços cobrados pelas refinarias em relação à Rlam e colocamos todos os valores em função do que é efetivamente cobrado pela Acelen, gestora da Refinaria de Mataripe, desde 1º de janeiro de 2022”, explica o economista Eric Gil Dantas, do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais.

“Essa simulação mostra que o efeito imediato da privatização da Petrobras é a subida geral de preços e não a diminuição, como o atual ministro de Minas e Energia quer fazer crer com sua declaração.”

O levantamento aponta que a Refinaria Isaac Sabbá, em Manaus (AM), cobraria 65 centavos a mais pela gasolina e 86 centavos mais caro pelo diesel se já tivesse sido privatizada. Hoje, a Reman vende a gasolina por 3,79 reais e o diesel a 4,88 o litro.

Na quinta-feira 12, a superintendência-geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica, o Cade, aprovou a venda da Reman ao grupo Atem.

De acordo com o estudo da OSP, a Refinaria Gabriel Passos, em Betim (MG), teria a maior elevação nos preços entre as refinarias privatizadas: passaria a cobrar 4,86 reais pela gasolina, ante os 3,94 praticados atualmente; pelo diesel, cobraria 6,25, em vez de 5,04.

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