Incêndio não afetará abastecimento, diz ANP

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23/08/2018
ANP: queda na importação de diesel não provocará problema de abastecimento
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Fonte: Valor Online

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) não vê risco de desabastecimento de combustíveis no país com a interrupção da produção da maior refinaria do país, a Replan, da Petrobras, em Paulínia (SP), após uma explosão seguida por um incêndio ocorridos na madrugada da segunda-feira. Ainda não há previsão de retorno da operação na unidade.
“Vai voltar [a produção da refinaria]. Não sei [quando]. A Petrobras está estudando. No primeiro momento, não há nenhuma preocupação com desabastecimento", afirmou Décio Oddone, diretor da agência, após participar ontem de evento promovido pela Shell, no Rio.
Em nota sobre o incidente, a Petrobras informou não haver impacto imediato no abastecimento, já que a empresa conta com estoque dos produtos, além da produção das demais refinarias para garantir a oferta aos clientes. A estatal está avaliando o prazo para o retorno das unidades da Replan não afetadas pelo incêndio.
Sobre a importação de diesel pelo país, Oddone reconheceu que as compras recuaram desde o início do programa de subvenção do preço do combustível, em junho, após a paralisação dos caminhoneiros. De acordo com ele, o abastecimento não foi afetado porque a Petrobras aumentou a carga das refinarias.
Já em relação à minuta de resolução proposta pela ANP que prevê que as companhias, entre elas a Petrobras, divulguem sua fórmula de preço dos combustíveis, o diretor da agência reguladora defendeu que a estatal seja transparente sobre o tema.
"A Petrobras não se comporta mais como uma empresa que é um braço de política de governo. A Petrobras tem legitimamente, como empresa de capital aberto, autonomia de gestão. Mas no momento em que ela passa a ter o objetivo de maximizar o seu lucro, algumas das prerrogativas que ela tinha como braço de estatal deixam de estar presentes. E aumenta a necessidade de haver regulação", disse.
"Uma empresa que age buscando maximizar legitimamente o seu lucro, e eu sou o primeiro a dizer que sou favorável a isso, não deve ser monopolista no refino, não pode ter concentração excessiva em nenhum mercado e tem que ser mais transparente na formação de preços. Enquanto essa competição não vem, temos que substituir essa competição por transparência", completou o diretor da ANP.
Com relação ao megaleilão do excedente da cessão onerosa, que o governo ainda tenta realizar neste ano, Oddone disse que o excedente pode demandar a contratação e construção de 17 plataformas de produção de petróleo e gás natural no país.
O diretor da ANP contou ainda que esteve reunido recentemente no BNDES para tratar de proposta de sua autoria de destinar parte do montante de investimentos compulsórios em pesquisa e desenvolvimento (P&D) das petroleiras do país para um fundo com o objetivo de dar apoio a startups do setor. A ideia, segundo ele, é que o banco de fomento seja o gestor do fundo.

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