Fonte: Valor
A BR Distribuidora afirmou que “não estão sendo disponibilizados volumes de biodiesel suficientes para atender à demanda da mistura do diesel” no país. Em nota, a companhia defendeu a redução de 12% para 10% no percentual de adição do biocombustível para setembro e outubro, anunciada semana passada pelo governo federal, e destacou a necessidade de medidas urgentes ainda em agosto para “manter o equilíbrio do abastecimento”.
Maior empresa de distribuição de combustíveis do país, a BR apoiou a decisão da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) de reiniciar a etapa 3 do 75º Leilão de Biodiesel, suspenso recentemente, já com a redução. “A decisão é não só acertada como primordial para garantir o abastecimento de óleo diesel à sociedade brasileira, nos meses de setembro e outubro deste ano”.
Desde quinta-feira, as indústrias de biodiesel pressionam o governo para que o leilão seja retomado de onde parou para evitar outros prejuízos aos produtores. As principais associações do setor aceitaram a redução da mistura para 10%, mas não o reinício do leilão. Foi proposto um acordo com a ANP para que o assunto não seja judicializado pelas empresas.
Segundo a companhia, há impacto na oferta de biodiesel nos últimos meses ao mesmo tempo em que o consumo aumenta gradualmente com a reabertura da economia. A empresa diz que a flexibilização dos percentuais é o melhor caminho para manter o abastecimento do país em normalidade.
Produtores desmentem
Nesta segunda-feira, a Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio) afirmou que “o setor de biodiesel tem plenas condições de atender à demanda do mercado com volume e qualidade” e que “nunca houve falta do biocombustível”.
Segundo a Aprobio, a capacidade de oferta instalada é maior que a demanda para o bimestre com a redução na mistura de 12% para 10%.
A entidade reforçou a cobrança para a retomada do 75° Leilão, interrompido no dia 7, e reclamou das condições de preço e custo determinadas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) no processo. “Para o leilão em curso, a ANP estabeleceu um Preço Máximo de Referência (PMR) abaixo do custo de produção, ignorando a variação de preços e câmbio de referência para cálculo. Nessas condições, as empresas trabalham com margens negativas, o que torna o negócio inviável”, acrescentou. Para ler esta notícia, clique aqui.