Fonte: Valor Online
A Petrobras pretende repetir o modelo da venda da BR Distribuidora e recorrer ao mercado de capitais para avançar com desinvestimentos de ativos como a Braskem, Gaspetro, seus gasodutos marítimos de escoamento e termelétricas. A informação foi apresentada ontem pelos diretores da companhia, a investidores, segundo a XP Investimentos. A estatal sinalizou, ainda, que está disposta a investir, no leilão dos excedentes da cessão onerosa, no dia 6 de novembro, mais do que os US$ 9 bilhões que receberá da União.
O valor equivale a cerca de um terço do bônus de assinatura fixado pelo governo para a rodada e diz respeito à quantia que a estatal receberá pela renegociação do contrato da cessão onerosa – que em 2010 cedeu à petroleira o direito de produzir 5 bilhões de barris, no pré-sal, como parte do processo de capitalização que resultou no aumento da fatia da União na companhia. Segundo a XP, a diretoria da Petrobras anunciou que sua participação no leilão dos excedentes não estará limitada aos US$ 9 bilhões que receberá.
Sobre os desinvestimentos, o comando da estatal disse que optará pela oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês), para vender os 51% que detém na Gaspetro, além de suas termelétricas e gasodutos offshore. No caso dos ativos de geração de energia, segundo a XP, a expectativa é que uma subsidiária seja criada, para reunir a maioria das usinas a gás e ativos de renováveis. Em seguida, haveria o IPO.
Modelo semelhante seria aplicado para a venda dos gasodutos offshore. Conforme informado pelo Valor, em setembro, a Petrobras estuda reunir todos os três gasodutos do pré-sal numa única empresa e, depois disso, privatizá-la por meio de um processo de abertura de capital. A petroleira negocia com seus sócios – Shell, Repsol e Galp – a formação de um Sistema Integrado de Escoamento (SIE) e avalia, ao fim, vender parte ou toda a sua fatia no ativo.
Sobre Braskem, a intenção é fazer uma oferta secundária de ações. De acordo com a XP, a Petrobras reiterou a intenção de propor a migração da petroquímica para o Novo Mercado, implicando na conversão de ações preferenciais em ordinárias e na transformação da empresa em uma corporation, com o controle pulverizado. Essa medida valorizaria as ações da Braskem, antes de uma eventual oferta secundária. De acordo com a XP, as iniciativas devem avançar no 1º trimestre de 2020.