Valor Econômico
Menores volumes de vendas, queda nas cotações do petróleo e da margem do diesel influem no resultado da petroleira, de R$ 23,7 bi; receita recua 15,4%
Em queda: receita líquida caiu 15,4% nos três primeiros meses de 2024, para R$ 117,7 bilhões, influenciada pela menor receita de venda de diesel no mercado interno e pelas exportações
O conselho de administração da Petrobras aprovou nesta segunda-feira (13) a distribuição de R$ 13,45 bilhões em dividendos relativos ao primeiro trimestre de 2024. O valor corresponde a R$ 1,04161205 por ação ordinária e preferencial, como antecipação da remuneração aos acionistas relativa a este ano. A companhia registrou lucro líquido de R$ 23,7 bilhões, queda de 37,9% entre janeiro e março na comparação anual. A redução no lucro foi causada por menores volumes de vendas e pelo recuo nas cotações do petróleo e na margem do diesel. Também influiu a desvalorização do real frente ao dólar.
“Quando ocorre a desvalorização cambial, há flutuação no demonstrativo financeiro pela variação do câmbio que reconhecemos por regra contábil. Contudo, isso não afeta o caixa da companhia”, disse o diretor financeiro e de relacionamento com investidores, Sergio Caetano Leite.
A receita líquida caiu 15,4% nos três primeiros meses de 2024, em relação a igual período no ano passado, para R$ 117,72 bilhões, influenciada pela menor receita de vendas internas de diesel e pelas exportações. Na comparação com o quarto trimestre, a retração foi de 12%.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado da petroleira recuou 17,2% no primeiro trimestre, para R$ 60,04 bilhões. Além da menor venda de óleo e derivados, a empresa verificou redução nos preços do petróleo e nas margens do diesel.
“No trimestre, mantivemos uma geração de caixa consistente, que nos dá segurança em relação aos investimentos futuros, incluindo os que têm como foco o crescimento da produção da companhia”, afirmou o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.
A Petrobras apurou queda de 17% nas vendas para o mercado interno, para R$ 84,7 bilhões, motivada por menores preços, sazonalidade e aumento do teor obrigatório de adição de biodiesel ao diesel convencional, além da perda de competitividade da gasolina para o etanol hidratado.
Remuneração aos acionistas é compatível com sustentabilidade financeira
A dívida líquida da companhia no primeiro trimestre diminuiu 2,4% na comparação anual, para US$ 43,65 bilhões. No entanto, a alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) ficou em 31% no fim dos três primeiros meses do ano, contra 30% em dezembro. A Petrobras salientou também que a dívida financeira encerrou o trimestre em US$ 27,7 bilhões, menor nível desde 2010.
Quanto à remuneração aos acionistas, a companhia salientou que os pagamentos serão realizados em duas parcelas. A primeira, a ser distribuída no dia 20 de agosto, corresponde a R$ 0,52080603 por ação ordinária e preferencial, sob a forma de juros sobre o capital próprio. A segunda parcela, que será paga no dia 20 de setembro, também equivale a R$ 0,52080603 por ação ordinária e preferencial, da seguinte forma: R$ 0,44736651 por ação sob a forma de dividendos e R$ 0,07343951 como juros sobre capital próprio.
Os dividendos consideram o montante de R$ 1,1 bilhão de ações recompradas, operação descontada do total da remuneração aos acionistas, disse a Petrobras.