Petrobras volta a atrair investidor estrangeiro

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11/05/2018
Petrobras encosta em gigantes do setor em desempenho operacional
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Fonte: Valor Online

Depois de sofrer durante vários anos os efeitos dos escândalos de corrupção investigados pela Operação Lava-Jato, da recessão no Brasil e da queda dos preços do petróleo, a Petrobras reduziu a dívida em mais de 20% e suas ações voltaram a ser procuradas por investidores estrangeiros. Apesar disso, os papéis da estatal ainda são adquiridos com desconto de 40% em relação aos de suas principais competidoras no mundo.
No primeiro trimestre, o lucro da empresa antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) só perdeu para o da Shell, na comparação com outras cinco grandes empresas estrangeiras que já publicaram balanço. Em dólar, o Ebitda da Petrobras atingiu quase US$ 8 bilhões de janeiro a março, acima do resultado da Total (US$ 7 bilhões) e da Chevron (US$ 7,8 bilhões) e pouco abaixo do da BP (US$ 8,5 bilhões). A Shell foi a que se saiu melhor (US$ 14,5 bilhões), seguida pela ExxonMobil (US$ 9,15 bilhões).
A comparação de rentabilidade é mais favorável à Petrobras. Considerando o Ebitda sem efeitos não recorrentes, como baixas contábeis ou despesas extraordinárias, teve margem de lucro de 34% no trimestre. Isso significa que 34% do que a empresa faturou transformou-se em Ebitda. A segunda mais lucrativa foi a Chevron (23%), seguida por Shell e Total, com 17%, e BP e Exxon, com 14%.
A força da Petrobras está na produtividade da extração de óleo. A estatal tem se concentrado cada vez mais nos ativos do pré-sal, onde o custo de produção está em queda. Por isso, entre as seis petroleiras, embora a estatal brasileira seja apenas a quinta em produção, o resultado operacional é semelhante ao da maioria e a margem de lucro, maior.
O mercado financeiro olha para a relação entre o valor das companhias - considerando o preço das ações e as dívidas - e a geração de caixa. Nessa relação, os investidores ainda pagam até 40% menos pelos papéis da Petrobras. Alguns analistas criticam esse desconto, mas outros citam as incertezas políticas para justificá-lo. Na bolsa de Nova York, ontem, a ação da estatal foi a terceira mais negociada, com alta de 7,14%. Na B3, a ação ordinária (com direito a voto) avançou 6,1%. O grande volume de negócios com o papel da empresa mostrou a volta dos estrangeiros.

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