Investing.com – Os contratos futuros de petróleo registravam forte alta nesta segunda-feira, após a Opep+ manter inalterado o ritmo de aumento da produção, contrariando parte do mercado que esperava uma ampliação mais agressiva da oferta.
Às 8 h de Brasília, o barril do Brent, referência internacional e para a Petrobras (BVMF:PETR4), avançava 3,71%, negociado a US$ 65,11, enquanto o barril do Texas (WTI), referência nos EUA, subia 4,15%, para US$ 63,31 o barril.
Durante o fim de semana, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+) confirmaram que elevarão a produção em julho em 411 mil barris por dia, repetindo os aumentos dos dois meses anteriores.
Nas últimas semanas, a possibilidade de um aumento mais expressivo gerava pressão sobre os preços do petróleo, em meio a temores de enfraquecimento da demanda global, agravados por transtornos no comércio internacional.
Com essa decisão, o grupo busca compensar a queda nas cotações e, ao mesmo tempo, impor limites aos países que vêm produzindo acima das cotas acordadas.
Segundo nota divulgada no domingo pelo Goldman Sachs (NYSE:GS), o cartel deverá implementar um último ajuste semelhante em agosto, elevando a oferta em mais 410 mil barris por dia.
“A combinação de fundamentos ainda apertados no mercado à vista, indicadores de atividade global mais fortes do que o esperado e o aumento sazonal da demanda no verão indicam que a esperada desaceleração não deverá ser suficiente para interromper os planos de elevação da produção em julho”, avaliou o banco.
Outro fator que sustentou a valorização do petróleo nesta segunda-feira foi a notícia de um ataque em larga escala com drones promovido pela Ucrânia contra alvos russos no fim de semana, em retaliação às ações militares de Moscou na semana anterior. O episódio amplia as incertezas em torno das negociações por um cessar-fogo.
Paralelamente, a Bloomberg informou que parlamentares dos Estados Unidos articulam um projeto bipartidário no Congresso para impor novas sanções ao setor petrolífero russo, com o objetivo de intensificar a pressão sobre o governo de Vladimir Putin.
A proposta inclui sobretaxar em 500% as importações de países que comprarem petróleo russo com desconto — como China e Índia —, forçando-os a buscar alternativas no mercado internacional, possivelmente a preços mais elevados.
Segundo analistas do ING, “embora o presidente Trump demonstre crescente insatisfação com Putin, ele ainda evita impor sanções adicionais. Caso medidas efetivas sejam adotadas para restringir o fluxo de petróleo russo, o cenário para o mercado global poderá mudar de forma expressiva”.