A origem das manchas de óleo que atingem todos os nove estados do Nordeste continua um mistério, mas pesquisadores estão estudando e analisando o material encontrado nas praias. Exames laboratoriais mostram que a substância é petróleo cru de nacionalidade venezuelana , mas ainda não há informações sobre como ela veio parar na costa brasileira.
Segundo um estudo da UFRJ, a origem do vazamento pode estar em um ponto a 700 km do litoral de Alagoas e Sergipe. As hipóteses mais prováveis estão relacionadas a vazamentos provocados ou acidentais em embarcações que navegam por águas internacionais.
O G1 conversou com geólogos, engenheiros e químicos para entender como são feitas as análises de petróleo cru e quais as principais características dessa substância. Para eles, o óleo que atinge o Nordeste, do tipo extra-pesado, é o mais prejudicial ao meio ambiente.
“Ele tem mais frações tóxicas do que um óleo leve, cujos componentes seriam vaporizados mais facilmente”, diz Gonçalves, da FEI. “Enquanto ele está no mar você ainda pode retirá-lo com uma separação do tipo líquido-líquido. Mas, depois que ele entra em contato com a areia, a remoção torna-se muito mais difícil.”
Veja abaixo as principais dúvidas sobre o tema esclarecidas por especialistas:
O que é petróleo cru e quais são suas principais características?
O petróleo é uma mistura de hidrocarbonetos e impurezas como enxofre e metais pesados. Ele é gerado ao longo do tempo a partir da decomposição de algas e plânctons em rochas sedimentares submetidas a altas temperaturas em grandes profundidades.
Esse tipo de óleo é considerado mais prejudicial ao meio ambiente porque sua decomposição é mais lenta.
“Ele tem mais fracões tóxicas do que um óleo leve, cujos componentes seriam vaporizados mais facilmente”, diz Gonçalves, da FEI. “Enquanto ele está no mar você ainda pode retirá-lo com uma separação do tipo líquido-líquido. Depois que ele entra em contato com a areia, a remoção torna-se muito mais difícil.”
Além disso, esse tipo de óleo são caracterizados por maior poder de adesão. Ele tende a ser pouco absorvido, ao entrar em contato com outros materiais, mas fica grudado com mais facilidade.
Para esta reportagem foram ouvidos ainda os geólogos José Antônio Cupertino e Rosália Barili da Cunha e o químico Tiago de Abreu Siqueira, do IPR, e os professores de engenharia de petróleo Patrícia Matai e Ricardo Cabral de Azevedo da Poli-USP.