Valor Econômico
O petróleo avançou na sessão desta quarta-feira (30), apoiado pelo enfraquecimento do dólar no exterior e a forte queda dos estoques americanos da commodity na semana passada. O furacão Idalia, que atingiu hoje o Estado da Flórida, não impactou a atividade de petroleiras na região do Golfo do México e, portanto, pouco afetou os preços dos contratos.
O barril do petróleo WTI, a referência americana, com entrega prevista para outubro anotou alta de 0,58%, a US$ 81,63. Já o barril do Brent, a referência global, para novembro subiu 0,39%, a US$ 85,24.
O índice DXY, que mede a força do dólar contra uma cesta de seis moedas de mercados desenvolvidos, caía 0,35%, a 103,168 pontos, por volta de 16h10 (de Brasília). O recuo da moeda americana tende a apoiar a demanda por commodities cotadas em dólar no mercado futuro.
O movimento no mercado cambial ocorreu após a revisão negativa do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no segundo semestre — para alta anualizada de 2,1%, ante estimativa de alta de 2,4% — e a geração de 177 mil empregos no setor privado do país em agosto, abaixo do esperado. Ambos os dados sugerem que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) não precisará manter sua postura “hawkish” (favorável ao aperto monetário) por tanto tempo em meio à desaceleração da economia.
Entre fatores específicos do mercado de petróleo, a queda brusca de 10,584 milhões de barris nos estoques dos EUA, na semana passada, apoiou os preços. Por outro lado, o recuo nos estoques de gasolina, de 214 mil, ficou aquém do esperado, enquanto a alta de 1,235 milhão de barris nos estoques de produtos destilados contrariou a expectativa dos economistas.
“Os problemas das refinarias irão aparecer nos números da próxima semana, enquanto a passagem do furacão Idalia deverá ter pouca influência, talvez reforçando a demanda por produtos derivados” do petróleo, já que os consumidores provavelmente se anteciparam ao furacão Idalia na Flórida e encheram os tanques de combustível e geradores de emergência, avalia Matt Smith, analista líder de petróleo nas Américas da Kpler.