Brasil Agro
Estimativas de safra das consultorias privadas indicam que o primeiro terço da safra de cana deve sofrer mais com os efeitos da seca do ano passado
Definição das cotações deve ganhar um contorno mais firme no meio do ano.
Os preços de açúcar e etanol tendem a ser iguais ou mais altos nesta safra 2025/26 do que na temporada passada, mas não devem ficar menores na média, afirmou Tomás Manzano, presidente da Copersucar, ao Valor, nesta terça-feira (15/4), durante o CTC Day, em Piracicaba (SP).
Para o executivo, como a demanda global por açúcar está maior do que a oferta, não há perspectiva de queda das cotações. O potencial de alta pode vir caso ocorra algum problema climático na Índia, na Tailândia, ou mesmo no Brasil, avaliou.
A definição do rumo dos preços, portanto, pode ganhar um contorno mais firme no meio do ano, quando precisam ocorrer as chuvas de monções na Índia para a definição do potencial produtivo do país, e quando a safra do Centro-Sul brasileira também deve ter uma definição melhor.
‘Agora o clima [no Centro-Sul] está seco, mas se a seca se prolongar por maio, junho, julho e ate agosto, aí pode dar uma quebra na safra’, afirmou.
A princípio, as estimativas de safra das consultorias privadas indicam que o primeiro terço da safra deve sofrer mais com os efeitos da seca do ano passado, mas uma recuperação da produtividade no terço final da colheita. Portanto, isso pode mudar se este ano houver uma nova estiagem prolongada. Como boa parte da exportação de açúcar esperada para esta safra já está com preço hedgeado, qualquer quebra na safra brasileira deve afetar a produção de etanol, disse Manzano. Ele estima que 70% das exportações da commodity já estejam com preço fixado.
Segundo o presidente da Copersucar, ‘se houver qualquer quebra, vai impactar na produção de etanol‘, o que pode impulsionar os preços do biocombustível nesta safra. Ao mesmo tempo, a demanda pelo etanol está firme, já que o produto continua mais competitivo do que a gasolina nos postos, acrescentou (Globo Rural, 15/4/25)