Fonte: G1
O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, criticou nesta terça-feira (29) a política de subsidio ao diesel adotada pela companhia no ano passado para evitar o aumento do preço do combustível. A política de preços foi criada como uma resposta do governo ao movimento de greve dos caminhoneiros em 2018. Ela deixou de valer em 1º de janeiro.
“A intervenção na Petrobrás é muito ruim, afeta a imagem do Brasil”, disse Castello Branco durante participação em evento em São Paulo. “Não existe a política de preços, existe o mercado. Queremos ter um mercado vibrante”, afirmou.
Sem o subsídio, a Petrobras voltou a adotar a política antiga de reajuste de preços para o diesel e a gasolina. Os reajustes podem ser diários e levam em conta o valor do dólar e a cotação internacional do preço do barril do petróleo.
“Queremos que o mercado prevaleça”, afirmou. “Sobre o impacto para os transportadores, existem instrumentos no mercado que podem oferecer uma proteção.”
Desalavancagem e cessão onerosa
O presidente da Petrobras reforçou que a companhia segue em processo de desalavancagem, sobretudo na área de refino, e que a expectativa é concluir o processo de cessão onerosa num período de 30 a 60 dias.
“As equipes da Petrobras e dos ministério de Economia e Minas Energia estão empenhadas em concluir essa negociação”, afirmou o executivo.
O acordo de cessão onerosa foi fechado pela Petrobras com a União em 2010 e permitiu à estatal explorar 5 bilhões de barris de petróleo em campos do pré-sal na Bacia de Santos (SP), sem licitação. Em troca, a empresa pagou R$ 74,8 bilhões.
Nos anos seguintes, porém, a cotação do barril de petróleo caiu muito, motivada, entre outros fatores, por tensões geopolíticas e preocupações quanto ao desempenho da economia. Por esse motivo, a petroleira brasileira alega que pagou à União um valor muito alto no acordo de 2010 e argumenta ter direito a ser ressarcida.