Folha de São Paulo
A Shell modificou a fórmula da gasolina V-Power, que recebeu um novo pacote de aditivos. As alterações acompanham o ciclo global do produto, que é ofertado em 60 países. No Brasil, o início da distribuição está previsto para o dia 1º de novembro.
Gilberto Pose, especialista em combustíveis da Raízen (licenciada da marca Shell), diz que as evoluções ocorrem, em média, a cada cinco anos. Esse calendário acompanha a agenda de órgãos reguladores dos EUA e da Europa.
Segundo Pose, a diferença de preços entre a gasolina comum e a V-Power será mantida, e a nova aditivação não deve gerar oscilação de preço além da que já ocorre no mercado.
A estratégia é semelhante à adotada pela Vibra Energia em fevereiro, quando foram lançadas as versões atualizadas das gasolinas Grid e Podium, da Petrobras.
Em comum, as empresas concorrentes dizem que o poder de limpeza de seus combustíveis aditivados remove praticamente 100% da sujeira que pode se acumular no motor.
A preocupação com a formação de crostas nos motores se deve principalmente aos sistemas eletrônicos para gerenciamento de emissões –que, em muitos casos, são associados à injeção direta de gasolina e ao turbo.
O envelhecimento da frota causado pela dificuldade em adquirir carros zero-quilômetro também é apontado como preocupação no desenvolvimento dos novos aditivos. A Shell pretende convencer os consumidores de que seu combustível pode reduzir o desgaste do motor ao longo da vida útil do carro.
A empresa afirma que a idade média da frota nacional de automóveis é a maior desde 1995: 10 anos e 3 meses. O dado faz parte de levantamento recente feito pelo Sindipeças.
A Shell prepara ainda evoluções do diesel e do etanol oferecidos nos postos. Essas mudanças serão anunciadas gradativamente entre o fim deste ano e o primeiro semestre de 2023.