Biosev vê quebra de safra menor que a média

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Valor Econômico

A Raízen deve receber da Louis Dreyfus Company (LDC) uma Biosev com perspectiva de quebra na safra de cana em 2021/22 menor do que o esperado para o Centro-Sul. Segundo os executivos atuais da sucroalcooleira, a seca recente afetou menos seus canaviais.
“Pelos investimentos que temos feito nos canaviais, os cuidados com o solo, como a adubação orgânica, e a distribuição de nossas usinas em regiões com solos melhores, acreditamos que o impacto do clima deve ser menor que a média do setor”, disse Juan José Blanchard, CEO da Biosev, ao Valor. A empresa encerrou a última safra com seu primeiro lucro desde que abriu capital, de R$ 163 milhões, e receita de R$ 10,3 bilhões.
Na safra passada (2020/21), a companhia processou 26,5 milhões de toneladas. A queda em relação ao ciclo anterior ocorreu após a empresa adiar o início da retomada da moagem. Para esta temporada, a expectativa é de uma situação menos grave que a esperam para o Centro-Sul – a diretoria estima que a moagem na região será de 560 milhões de toneladas, uma redução de 7,5%.
Segundo Gabriel Carvalho, diretor comercial da Biosev, as usinas em Mato Grosso do Sul, que não sofreram com seca no verão, foram um dos principais diferenciais da empresa. “A safra está com clima mais seco, mas isso tem sido bom porque estamos com o maior ATR da história”, disse. Nos polos de Ribeirão Preto (SP), o impacto da seca deve ser maior, mas a perspectiva é de que as perdas serão menores que a média do Centro-Sul porque a cana está em “solos muito bem estruturados”.
Exportação garantida
A companhia também já entrou nesta safra com uma fatia elevada de compromissos de exportação de açúcar garantidos com preços remuneradores. No fim do último trimestre, 88% do açúcar a ser produzido da cana própria e para exportação em todo este ciclo estava fixado a um preço equivalente a mais de R$ 1.500 a tonelada.
Apesar disso, a Biosev tem destinado mais cana para o etanol do que na safra passada, diz Carvalho. Há espaço porque 40% da cana moída na empresa é de fornecedores e seu açúcar não é hedgeado. “O momento da pandemia é ruim, mas o consumo não caiu como em 2020. Estamos produzindo mais etanol em Mato Grosso do Sul e maximizando a produção do anidro”, afirma.

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