Conselho da Petrobras se reúne hoje para avaliar troca de comando decidida por Bolsonaro

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O Globo

O Conselho de Administração da Petrobras se reúne ao longo desta terça-feira com a missão de discutir e (tentar) resolver temas polêmicos que prometem ditar os rumos da estatal.
No centro da discussão está a decisão sobre quem vai comandar a Petrobras, tema que levou a CVM a abrir um processo para apurar a troca de comando na empresa anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro à revelia do conselho, que derrubou as ações da companhia na Bolsa de Valores na segunda-feira.
O Conselho de Administração da estatal tem onze membros, dos quais sete são indicados pelo governo federal, três são representantes dos minoritários e uma dos funcionários.
Veja alguns dos temas que serão debatidos:
1. Novo comando da empresa
Originalmente, a pauta contava com a recondução de Roberto Castello Branco ao cargo de presidente da empresa. Mas o tema foi retirado da pauta pelo presidente do Conselho, Eduardo Bacellar.
No lugar, entrou o pedido para que seja convocada uma Assembleia Geral Extraordinária com o objetivo de promover a substituição e eleição de membro do Conselho de Administração, e indicando Joaquim Silva e Luna no lugar de Roberto Castello Branco.
O tema promete forte discussão, já que há o risco de os membros serem responsabilizados por acionistas na Justiça caso aprovem a realização da assembleia.
Uma fonte lembra ainda que o nome indicado pelo governo para assumir a empresa, o general Joaquim Silva e Luna, precisa ter o aval do Comitê de pessoas da estatal, processo tido como “demorado” por uma das fontes.
Uma dessas fontes observou que para assumir uma estatal é preciso ter dez anos de liderança e quatro anos de exercício em cargo diretivo. Itaipu não leva em conta essas regras, pois é considerada uma empresa binacional.
2.Política de preços
Embora o assunto não esteja na pauta, o tema será debatido. A expectativa é que a diretoria da estatal indique a intenção de alterar o período de doze meses como prazo para alinhar os preços do mercado internacional com os do Brasil.
A ideia é que esse período seja reduzido para algo inferior a três meses, como forma de preservar o caixa da companhia e, assim, tentar evitar a intervenção do governo.
A alta no preço dos combustíveis foi o que levou Bolsonaro a intervir na Petrobras, já que é crescente o descontentamento dos caminhoneiros como o preço do diesel. A categoria é uma das bases políticas do presidente.
3. Venda de ativos
Os conselheiros vão debater algumas operações de vendas da estatal. Hoje, a companhia tem cerca de 50 negócios em reta final de venda, como refinarias. A meta da empresa é se desfazer de US$ 35 bilhões em ativos entre 2021 e 2025
4. Resultados financeiros
A Petrobras vai divulgar o resultado financeiro em 2020. Mas o tema será apreciado apenas na quarta-feira.
A estimativa do Ineep é que, considerando os resultados operacionais de 2020 e as baixas contábeis realizadas no primeiro trimestre de R$ 65,3 bilhões, a estatal registre prejuízo anual de R$ 49 bilhões.

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