Fonte: Valor Online
A Cosan, uma das maiores corporações do país com atuação nas áreas de energia e logística, revisou as projeções para três de seus negócios em 2019, por causa do crescimento mais tímido da economia brasileira e do difícil momento enfrentado pela Argentina, onde a companhia iniciou operações há um ano. Na Raízen Combustíveis e na Raízen Argentina, houve redução das expectativas em relação ao previsto anteriormente. Já na Moove, de lubrificantes, a previsão é de resultados mais fortes.
Na Raízen Combustíveis, braço de distribuição de combustíveis no Brasil da joint venture com a Shell, a companhia espera resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 2,75 bilhões a R$ 2,95 bilhões neste ano. Antes, a expectativa ia de R$ 2,9 bilhões a R$ 3,2 bilhões. A projeção foi ajustada para refletir a revisão do crescimento econômico esperado para o país, que afeta diretamente o consumo de combustíveis.
Na Raízen Argentina, a deterioração do cenário político-econômico no país vizinho levou a companhia a reduzir de US$ 210 milhões a US$ 260 milhões para US$ 160 milhões a US$ 200 milhões a projeção de Ebitda neste ano. Desde agosto, os preços de combustíveis e do petróleo estão congelados na Argentina.
Por outro lado, na Moove, a companhia melhorou o intervalo projetado para o Ebitda, de R$ 260 milhões a R$ 290 milhões para R$ 290 milhões a R$ 320 milhões, diante da aceleração do desempenho das vendas, especialmente das operações internacionais. Apesar das revisões, a Cosan manteve a expectativa de Ebitda consolidado de R$ 5,6 bilhões a R$ 6 bilhões neste ano.
A Cosan encerrou o terceiro trimestre com lucro líquido de R$ 818,9 milhões, mais de 18 vezes acima do resultado final apurado um ano antes, refletindo a melhora do resultado operacional e o recebimento de R$ 239,6 milhões pela venda de direitos creditórios relativos a precatórios do antigo Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA).
No trimestre, a receita líquida da companhia totalizou R$ 18,86 bilhões, com alta de 22,3%, enquanto o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado subiu 29,7%, a R$ 1,56 bilhão, refletindo sobretudo o melhor desempenho da Comgás e da Raízen Energia, braço de açúcar e álcool da joint venture entre Cosan e Shell. O avanço nessas operações mais do que compensou a piora na distribuição de combustíveis.
A geração de caixa operacional atingiu R$ 1,5 bilhão, quase duas vezes acima do registrado no terceiro trimestre de 2018, e a alavancagem financeira, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda, caiu para 1,9 vez.
O Ebitda ajustado da Raízen Combustíveis recuou 6%, a R$ 640 milhões, diante do impacto negativo da variação de preços nos estoques da empresa, parcialmente compensado pela melhora do volume vendido. Na Argentina, a operação de distribuição de combustíveis e de refino de petróleo teve Ebitda de US$ 6 milhões, queda de 88% ante o segundo trimestre, na esteira do congelamento dos preços de óleo e combustíveis no país vizinho.
Já a Comgás teve Ebitda normalizado de R$ 653 milhões, uma alta de 20% influenciada pelo maior volume de gás natural vendido no segmento residencial.