G1
Percentual está em 10% e, com decisão do Conselho de Política Energética, chegará a 15% em 2026. Medida, apoiada por produtores de biodiesel, desagrada ao setor de transportes.
O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) — responsável por assessorar o presidente da República na formulação da política energética — decidiu nesta sexta-feira (17) aumentar gradualmente o percentual de mistura obrigatória de biodiesel no diesel.
Pelo novo cronograma, o percentual de biodiesel subirá para:
Atualmente, a adição obrigatória de biodiesel no combustível fóssil está em 10%, abaixo do percentual estabelecido na Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio) – que previa índice de 15% a partir de março deste ano.
O percentual reduzido foi uma das diversas medidas adotadas pelo governo Bolsonaro para baixar o preço do diesel.
Em meio à guerra da Ucrânia, o preço do óleo de soja – principal matéria-prima do biodiesel – disparou. Com isso, quanto maior era o percentual de mistura, mais impactava o preço final do diesel.
Pela política do RenovaBio, suspensa pelo governo, o percentual de mistura deveria ter sido de 14% desde março de 2022 e ter passado a 15% neste mês.
O governo Lula decidiu não mudar o percentual de 10% até este mês de março para definir, na reunião desta sexta-feira do CNPE, um novo cronograma de aumento do índice.
O biodiesel é ambientalmente mais sustentável que o diesel, um combustível fóssil e poluente.
Também ficou decidido na reunião do CNPE que parte da matéria-prima usada para produção do biodiesel deve vir do semiárido brasileiro. As decisões foram unânimes.
Em entrevista, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que cada ponto percentual elevado representa um impacto de um centavo no preço do litro do diesel.
Portanto, segundo o ministro, em abril deste ano, o impacto será de dois centavos, já que o percentual de biodiesel no diesel saltará dos atuais 10% para 12%.