GNV pode ser uma alternativa à gasolina e ao diesel? Saiba aqui

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A Petrobras anunciou mais um reajuste de preços da gasolina e do diesel que começaram a valer na sexta-feira (19/2). Com isso, os preços desses combustíveis dispararam em Belo Horizonte. Em contrapartida, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou na quinta-feira (18/2), que a partir de 1º de março não haverá qualquer imposto federal incidindo sobre o preço do óleo diesel.

Além disso, no último dia 12, o presidente encaminhou ao Congresso um projeto de lei complementar (PLP) para estabelecer uma alíquota uniforme e específica do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) para combustíveis e lubrificantes.

Com as constantes altas nos preços da gasolina e do diesel, o gás natural poderia ser uma alternativa mais econômica para os consumidores?

O Gás Natural Veicular (GNV) é um combustível de transição para uma economia de baixa emissão de carbono e, segundo a Gasmig, possui muitos atrativos para converter o veículo e usar o GNV. Ele seria mais econômico e menos poluente, já que apresenta uma redução média de 20% nas emissões de CO2, quando comparado ao diesel e à gasolina.

Outro atrativo é que o governador Romeu Zema sancionou uma lei que concede isenção do IPVA para carros movidos a gás natural e fabricado em Minas.

A nova lei garante a isenção a veículos movidos a gás natural no ano da compra e adiciona o ano seguinte à aquisição do automóvel.

Alternativas para a alta dos combustíveis

‘Tecnicamente, não dá para dizer que o preço do petróleo é caro ou barato levando em conta os aspectos operacionais da empresa. O que eu posso dizer é que existe uma carga tributária substantiva sobre o preço dos combustíveis. Então, as pessoas pensam em procurar combustíveis mais baratos, mais eficientes e, de preferência, os dois’, explica Sílvio Paixão, economista e professor de Macroeconomia da Fipecafi.

Para ele, o gás natural é uma das alternativas. ‘Ele tem vantagens e desvantagens e isso precisa ser ponderado pelos consumidores ou usuários de veículos movidos a gás natural. Não é uma conta simples, mas é importante. E se torna mais necessária, quanto mais quilometragem a pessoa roda por dia’.

Sílvio acredita que existem dois públicos que poderiam se beneficiar com o GNV. ‘As indústrias que têm carros e caminhões podem buscar a alternativa de trocar sua frota para veículos movidos a gás natural e motoristas de táxi e aplicativos, que rodam bastante. Agora, no caso de uma família, a primeira pergunta a se fazer é: o carro é necessário? Porque o carro custa caro, tem os custos de manutenção, seguro, IPVA’, analisa.

Meios de transporte com custos mais viáveis

Segundo ele, as pessoas deveriam refletir se não existem meios de locomoção com custos mais viáveis. ‘É uma questão que as pessoas precisam começar a se fazer. Além disso, na minha opinião, nós estamos em uma encruzilhada da indústria de transporte no mundo, principalmente o veicular’.

O economista ressalta que se discute muito qual o tipo de combustível ideal para substituir os derivados de petróleo: carros movidos a etanol, eletricidade, energia solar, hidrogênio.

‘Mas a discussão, muito mais estratégica, deveria ser, por exemplo, montar uma linha de transporte público semelhante ao que ocorre nos aplicativos de bicicleta. Você pega um carro no aeroporto, vai até a sua casa e dali, outra pessoa pode pegar aquele carro para utilizar. Estão abertas uma série de oportunidades e de novas maneiras de pensar o transporte, por conta dos custos do petróleo que estão aumentando. Isso vai fazer com que outras alternativas se tornem economicamente viáveis e que possam surgir outros modelos de negócio de transporte’, finaliza.

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