Mercado de etanol pode ficar apertado com mix atual e recuperação do consumo, diz Itaú BBA

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Nova Cana

O balanço de etanol no Brasil pode ficar apertado no fim da safra 2020/21 caso as usinas continuem direcionando perto de 47% da matéria-prima para a fabricação de açúcar, como visto na última quinzena de julho, disse o Itaú BBA em relatório sobre o setor.

Na hipótese mais otimista, que considera uma recuperação gradual do consumo nos próximos meses, resultando em queda da demanda de apenas cerca de 10% em toda a safra, a necessidade de importação de etanol chegaria a 2,5 bilhões de litros, segundo projeção do banco.

A União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) disse ontem que 46,9% da oferta total de cana foi destinada ao açúcar e 54,1% ao etanol na segunda quinzena de julho. Para o Itaú BBA, tudo indica que o mix continuará mais orientado para a produção de adoçante, tendo em vista o diferencial de preços entre os dois produtos e o nível de fixação das usinas.

“O cenário atual ainda é folgado em relação ao balanço (de etanol), visto que nos três primeiros meses da safra atual a queda do consumo do etanol total foi de 26% em relação ao mesmo período da safra passada”, disse o Itaú BBA. O banco observou, porém, que as quedas vêm diminuindo com o afrouxamento das medidas de distanciamento social, o que pode sinalizar uma recuperação gradual do consumo.

De acordo com o Itaú BBA, uma oferta mais apertada e uma possível necessidade de importação tendem a dar um tom mais positivo para as cotações do biocombustível no fim da safra.

O banco projeta que os preços médios de etanol hidratado nas usinas de São Paulo podem ficar em torno de R$ 1,93/litro durante a entressafra. O Itaú BBA também estima que o etanol anidro importado chegaria ao Brasil cotado a R$ 2,24/litro, 17,2% superior ao preço atual do biocombustível (sem impostos).

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