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O Conselho de Administração da Petrobras é o órgão de orientação e direção superior da companhia

Fonte: Valor Econômico
O reajuste de 9,5% e 8,1% dos preços do diesel e da gasolina, respectivamente, nas refinarias, aplicado ontem pela Petrobras foi visto pelo mercado como um sinal de independência da atual gestão da estatal e de credibilidade da nova política de preços dos combustíveis, que tem a paridade internacional como piso. Para analistas, porém, a correção de preços adotada esta semana ainda é insuficiente para recompor os prêmios que a petroleira vinha praticando sobre os preços internacionais nos últimos meses e, por isso, a companhia deverá aprovar novo reajuste no início do próximo ano, se o cenário de preço do petróleo e taxa de câmbio permanecer o mesmo.
Ontem, as ações preferenciais da Petrobras fecharam o pregão da BM&FBovespa com alta de 3,13%, ao preço de R$ 16,15.
Já as ações ordinárias avançaram 3,27%, negociadas a R$ 18,61.
Os bancos UBS, Credit Suisse e BTG Pactual elogiaram a rápida decisão da Petrobras de reajustar os preços dos combustíveis, dias após a decisão tomada pela Organização dos Países Exportadores do Petróleo (Opep) de cortar a produção fator que provocou aumento dos preços da commodity. “Reiteramos nossa opinião positiva sobre a política de preços”, informou o UBS, em relatório assinado por Luiz Carvalho e Juliano Ozenda. Segundo o banco, o reajuste terá impacto positivo de US$ 290 milhões no Ebitda da estatal no quarto trimestre, ou de 4% no Ebitda deste ano, estimado em US$ 6,9 bilhões.
De acordo com o BTG Pactual, em relatório assinado por Antonio Junqueira, Gustavo Castro e Andres Cardona, desde o último corte de preços dos combustíveis anunciado pela Petrobras, em 8 de novembro, a cotação do petróleo Brent avançou 27,2%, considerando o valor em reais. Com isso, o prêmio doméstico que vinha sendo praticado pela estatal foi reduzido de US$ 16 para US$ 5 por barril, para o diesel, e de US$ 16 para US$ 3 o barril, no caso da gasolina. Na avaliação do banco, porém, o reajuste menor aplicado nesta semana não afeta a credibilidade conquistada pela gestão da companhia sobre a política de preços.
Segundo o diretor Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, para que a Petrobras retomasse o patamar de prêmio sobre os preços internacionais que vinha praticando antes da nova política, com forte impacto positivo na geração de caixa da empresa, seria necessário um reajuste médio dos preços da gasolina e do diesel de 28%.
Na avaliação do diretor do CBIE, se o preço do petróleo internacional e a taxa de câmbio permanecerem no mesmo patamar de hoje, a Petrobras deverá anunciar um novo reajuste dos preços dos combustíveis nas refinarias em janeiro. A posição é compartilhada pelo UBS, que vê “espaço para mais aumentos de preço se as condições macro permanecerem estáveis”.
Em relatório assinado por Andre Natal e Regis Cardoso, o Credit Suisse também avaliou que benefícios reais de geração de caixa para a Petrobras dependerão de aumentos adicionais dos preços dos combustíveis.
Ontem, a Petrobras também anunciou reajuste de 12,3% dos preços de comercialização do gás liquefeito de petróleo (GLP) destinado aos usos industrial, comercial e granel às distribuidoras, que entrará em vigor a partir de hoje. Segundo a companhia, os preços de GLP destinado ao uso residencial, comercializado em botijões (conhecido como “gás de cozinha”), não foram objeto de reajuste.

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