Por que Opep+ está em crise mesmo com petróleo subindo?

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Valor Econômico

O fracasso do grupo Opep+ de selar um acordo em torno da elevação da oferta da commodity fez com que os preços do petróleo bruto alcançassem seu maior patamar de pelo menos três anos.
O petróleo tipo Brent, a referência internacional, alcançou US$ 77,84 o barril na segunda-feira, seu maior valor desde 2018, enquanto a cotação do West Texas Intermediate (WTI), o referencial americano, totalizou US$ 76,98, maior desde 2014.

Por que os membros da Opep+ se desentenderam?

O grupo concorda em torno da necessidade de elevar a produção de petróleo, num momento em que a demanda começa a superar a oferta. Mas os Emirados Árabes Unidos (EAU), um dos membros mais poderosos do grupo após a Arábia Saudita e a Rússia, objetou contra a prorrogação de um acordo originalmente formulado em abril do ano passado – quando os preços do petróleo despencavam por conta da pandemia -, a menos que o grupo concordasse em reanalisar a maneira pela qual sua meta de produção é calculada.
Essa poderia parecer uma objeção secundária num momento em que o grupo quer elevar a oferta de qualquer maneira, mas os EAU investiram bilhões de dólares no aumento da capacidade de produção. Tem-se a sensação de que o chamado valor de referência usado para calcular sua meta de produção está ultrapassado e não reflete essa nova capacidade, o que significa que o país está reduzindo proporcionalmente uma oferta maior do que os demais membros.
O ministro da Energia dos EAU disse que vai manter seu valor de referência original até abril de 2022 – quando expira o acordo do ano passado -, mas que não pode concordar em prorrogá-lo sem uma revisão. A Arábia Saudita, normalmente um de seus aliados mais próximos, quer que o acordo seja prorrogado até o fim do ano que vem, para dar maior clareza ao mercado.

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