Queda na produção de óleo e gás faz lucro da Petrobrás cair 42% no 1º tri

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Fonte: O Estado de S.Paulo

A Petrobrás fechou o primeiro trimestre com lucro de R$ 4 bilhões, resultado 42% menor do que o do mesmo período de 2018. A queda na produção de petróleo e gás e adaptações a regras contábeis internacionais foram os motivos da diminuição do resultado. Sem o ajuste contábil, o lucro teria sido de R$ 5,1 bilhões. O resultado da companhia também foi influenciado por uma provisão de R$ 1,4 bilhão envolvendo a empresa de sondas Sete Brasil.
“É um resultado positivo, considerando, principalmente, as paradas de plataformas que implicaram em queda da produção e um preço de petróleo menor”, diz Helder Queiroz, ex-diretor da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e professor do Grupo de Economia da Energia da UFRJ (GEE/UFRJ). “Era de se esperar um lucro menor.” Para ele, chama atenção o endividamento, ainda alto.
O mercado financeiro já trabalhava com números mais fracos para a petroleira, mas o lucro veio ainda mais tímido do que as previsões mais pessimistas. A projeção era de ganho de R$ 5,6 bilhões, considerando a média das previsões de seis instituições financeiras consultadas pelo Estadão/Broadcast.
Regras. Esse foi o primeiro balanço divulgado sob a nova norma contábil IFRS 16, que obriga as empresas a classificar como financiamento aluguéis de equipamentos, como sondas e plataformas. Com isso, o endividamento ficou US$ 27,2 bilhões maior, tendo alcançado R$ 372,2 bilhões. Não fossem essas mudanças, a empresa teria fechado o trimestre com dívida líquida de R$ 266,3 bilhões.
As novas regras pesaram sobre o principal indicador financeiro utilizado pela companhia, que mede o quanto do caixa está comprometido com o pagamento de dívida. O índice de alavancagem (dívida em relação à geração de caixa) ficou em 3,19 vezes. Sem o ajuste, o indicador teria ficado em 2,37 vezes, mais próximo da meta da companhia, de 1,5 vez.
No balanço, o presidente da petroleira, Roberto Castello Branco, ressaltou a intenção de reconquistar o selo de boa pagadora (grau de investimento) dado pelas agências de classificação de risco. Também falou da priorização dos negócios que dão mais retorno ao capital investido, como o pré-sal. A empresa trabalha ainda na redução dos custos e na continuidade da venda de ativos.
“Acreditamos que a redução da alavancagem financeira e do valor absoluto do endividamento, o alongamento do prazo médio de duração e a melhoria considerável no relacionamento com o mercado global de capitais viabilizará a melhoria na percepção de risco da Petrobrás e a redução do custo de capital”, disse Castello Branco.
O resultado também refletiu a queda de 5% da produção de petróleo, por causa de paradas de manutenção no primeiro trimestre. A expectativa para os próximos três meses, no entanto, é de crescimento, à medida que novas plataformas entrarem em operação.
O desempenho operacional foi afetado pela venda de 25% da participação do campo de Roncador e de áreas nos Estados Unidos. Além disso, grandes campos produtores da Bacia de Campos estão em fase de declínio. A instalação de novas plataformas no pré-sal não têm sido suficientes para compensar o volume perdido nessas áreas.
Em refino, houve avanços. Na comparação com o primeiro trimestre do ano anterior, a empresa ganhou mercado de diesel, o que levou ao crescimento da produção nas refinarias.
Mas, na ponta, comparando o desempenho com o do trimestre imediatamente anterior, o resultado piorou, principalmente nos segmentos de combustível automotivo. “Isso indica que houve aumento da concorrência no mercado de derivados, em função da prática de preços competitivos pela companhia”, disse a empresa.
No balanço, a Petrobrás ainda informou sobre a criação de uma nova diretoria de relações institucionais, encarregada do relacionamento com governos, poderes legislativo e judiciário, órgãos de controle e de regulação, comunicação e responsabilidade social.

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