Terceira alta da gasolina poderia puxar demanda do etanol, que subiu na usina e caiu no posto

Analistas ficam otimistas com Petrobrás, mesmo com perda recorde
18/05/2020
Gasolina segue em queda no posto apesar de alta na refinaria, mostram dados da ANP
18/05/2020
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Fonte: Money Times

O petróleo abre nesta segunda (18) trazendo uma alta de 5,49% da sexta, quando o tipo Brent fechou em US$ 32,84 o barril na ICE Europe (Londres). A se manter em elevação, com a Petrobras (PETR3 e PETR4) repassando mais uma vez para os preços da gasolina, aí, sim, poderá haver um efeito direto nas bombas e uma melhora mais significativa para o etanol.
Até agora, após dois reajustes da gasolina seguidos nas refinarias – 12% (7 de maio) e 10% (dia 14) – as baixas do combustível seguiram para o consumidor. A Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) registrou queda de 0,40% nos postos, em uma média nacional a R$ 3,80 na última semana. E o etanol também recuou 1,2%.
O óleo cru perdeu mais de 50% no acumulado do ano – mais expressivamente desde final de março – e a melhora das cotações nos últimos dias vem na esteira da reabertura de mercados e de um ambiente pouco melhor (na sexta) entre Estados Unidos e China. O ponto de flexão ideal, segundo analistas internacionais, é o barril escalar acima de US$ 35. Cenário ainda pouco seguro, contudo.
Os estoques de gasolina ainda estão elevados nas distribuidoras e nos postos e a maior movimentação da população não contribui na demanda, daí que os aumentos nas refinarias foram ignorados nas bombas.
Um terceiro aumento da estatal e mantida a taxa de isolamento (47% aproximadamente em São Paulo), possivelmente o reflexo na alta dos preços vá ser sentido. E daí trazer o etanol hidratado mais para cima.
Porque, na mesma medida em que os postos seguiram cortando os preços do combustível do petróleo, também na semana passada o biocombustível de cana de milho perdeu os 1,2%, indo em torno de R$ 2,548 (média Brasil), também de acordo com os dados da ANP. E somou no ano evaporamento de 20%.
Ao mesmo tempo, também houve um aumento no litro negociado pela usina e até um volume maior vendido (13,5% na semana de 4 a 8 de maio), coincidindo com a situação da gasolina. Ou seja, ambos aumentaram na origem, mas tiveram queda na bomba dos postos, porque a demanda segue fraca mesmo sob movimentação maior das pessoas.
Pelo Cepea/Esalq, na semana passada, o litro do hidratado ganhou mais 0,77%, a R$ 1,3931, a terceira semana de melhora.
Mas o movimento ainda é visto como necessidade de reposição de estoques nas distribuidoras e postos, já que o etanol estava com inventários menores que os da gasolina. Mas ainda está com valor muito baixo para as usinas, como Money Times publicou no dia 12, seguindo avaliação do consultor Ricardo Pinto, que estimou um custo operacional de R$ 1,55/litro.

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