Volvo estima queda de até 40% nas vendas de caminhões em 2020

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Fonte: Automotive Business

Até maio, montadora registra a menor queda de emplacamentos entre as demais concorrentes

Conforme o período de pandemia vai se arrastando, as fabricantes de veículos vão se readequando a este cenário, que deve se estender ainda por alguns meses e deixar sequelas bem visíveis no mercado. É o caso da Volvo, que projeta uma retração importante do mercado brasileiro.

“Neste momento é muito difícil fazer qualquer previsão, mas seguindo a linha que a Anfavea divulgou, de uma queda de 36% das vendas de caminhões para este ano, nós da Volvo acreditamos que este ‘novo normal’ deve ser de algo entre 30% a 40% abaixo do que foi em 2019”, disse o diretor comercial para caminhões Volvo, Alcides Cavalcanti.

O executivo reforça que é um grande desafio avaliar todos os impactos da pandemia na economia nos próximos meses. Ele cita, por exemplo, algumas previsões do PIB que apontam queda de 6%, 8% ou ainda 11% em 2020, o que seria devastador para o mercado em geral.

A METADE CHEIA DO COPO

Apesar de tudo, a montadora comemora feitos positivos. Entre janeiro e maio deste ano, foi a marca que menos perdeu em termos de volume de vendas com relação às demais concorrentes do mercado de caminhões. Com pouco mais de 5,5 mil unidades emplacadas, sua queda foi de 5,1%. Como base, as líderes do mercado, Mercedes-Benz e Volkswagen Caminhões, registraram índices negativos no mesmo período de 24% e 17%, respectivamente.

Segundo Cavalcanti, nos primeiros cinco meses de 2020, o extrapesado FH 540 continuou como o modelo mais vendido no Brasil entre todas as categorias – ganhou esse posto em 2019 como o caminhão mais vendido do País. Depois dele, a vice-liderança também é de um Volvo, o FH 460.

Com isso, a participação da marca no segmento de extrapesados subiu para o seu melhor nível histórico no mercado brasileiro, com 33%. No segmento de semipesados, com o caminhão VM, a Volvo contabiliza participação de 11%.

O executivo pontua como outro ganho o aumento das vendas de planos de manutenção, que atingiram índice de 80% – antes a média era de 60% a 70%. O plano mais vendido é o básico, com troca de óleo e filtros.

A Volvo, que interrompeu suas operações na fábrica de Curitiba (PR) por causa da pandemia, ficou totalmente paralisada ao longo de todo o mês de abril, retomando as atividades no início de maio. Segundo Cavalcanti, como qualquer outra fábrica do setor, a empresa retomou as operações com ritmo de produção abaixo do nível pré-pandemia. No entanto, conta que em junho a linha de montagem já trabalha com uma cadência melhor com relação a maio.

“Obviamente, não é o ritmo pré-Covid, mas é uma produção suficiente para atender a demanda do agronegócio, por exemplo, que é responsável por algo entre 30% e 40% das vendas totais de caminhões extrapesados no Brasil”, afirma.

Segundo ele, a produção atual segue uma carteira de pedidos e encomendas que já estavam no radar na empresa, muito em função de atividades do agronegócio, como o setor sucroalcooleiro, que está na época em que se equipa e se prepara para a safra.

“A carteira de pedidos que temos hoje está tomada, consolidada pelos próximos 60 dias de produção; agora que a rede [de concessionárias] está começando a fazer as vendas para entregas em agosto. Vamos ver como o mercado vai se comportar nos próximos meses e claro, se houver algum agravamento por causa da pandemia, como empresas fechando, isso poderá sim afetar o nosso negócio”, explica o diretor comercial.

Cavalcanti conta que atualmente, as concessionárias atuam sem restrições e comenta que a empresa acompanha de perto os poucos casos da Covid-19 registrados entre funcionários da rede, felizmente sem nenhum óbito.

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