Hora do Povo
Levantamento dos preços foi feito com 170 países após o mega-aumento autorizado pelo governo Bolsonaro
Com os sucessivos aumentos no preço da gasolina pela Petrobrás, com o aval do governo, o Brasil voltou a perder posições no ranking de países que vendem gasolina mais barata no mundo. Por conta do último aumento no preço do combustível de 18,8% nas refinarias, o Brasil saiu da 90º para ocupar a 115º lugar, com o preço médio de R$ 7,21 para o litro do combustível.
Em março, após a direção da Petrobrás ter anunciado mais um aumento no preço da gasolina -seguindo a política de atrelar os preços da estatal aos preços do barril do petróleo no mercado internacional e a cotação do dólar, Jair Bolsonaro, para fugir da enxovalhada de críticas, afirmou que a gasolina do Brasil é a mais barata do mundo.
Sem citar a fonte da informação, Bolsonaro disse: “Quem pesquisa e vê… uma das gasolinas mais baratas do mundo é a nossa. Nós também estamos sofrendo, mas não tanto quanto outros povos aí fora”, disse.
Segundo o levantamento, com 170 países, feito pela Global Petrol Prices, com dados atualizados da semana passada, a Venezuela tem o litro mais barato do planeta, saindo por R$ 0,11 na média. Outro país sul-americano que aparece na parte de cima do ranking é a Bolívia, na 16ª colocação, com o litro a R$ 2,59.
A pesquisa não considera o custo de vida e nem o valor do salário mínimo. Os valores são absolutos, em reais. Veja o ranking abaixo. Invertendo a tabela, o Brasil fica entre os 55 países com o litro da gasolina mais caro do mundo.
PREÇO DA GASOLINA NO MUNDO/11-ABRIL-2022
• 1º) Venezuela: R$ 0,119
• 2º) Líbia: R$ 0.153
• 3º) Irão: R$ 0.244
• 4º) Síria: R$ 1.504
• 5º) Argélia: R$ 1.532
• 6º) Kuwait: R$ 1.643
• 7º) Angola: R$ 1.692
• 8º) Nigéria: R$ 1.907
• 9º) Turcomenistão: R$ 2.040
• 10º) Cazaquistão: R$ 2.059
• 11º) Malásia: R$ 2.316
• 12º) Iraque: R$ 2.448
• 13º) Egito: R$ 2.472
• 14º) Bahrein: R$ 2.528
• 15º) Rússia: R$ 2.575
• 16º) Bolívia: R$ 2.599
• 17º) Catar: R$ 2.748
• 18º) Azerbaijão: R$ 2.803
• 19º) Haiti: R$ 2.956
• 20º) Omã: R$ 2.958
• 21º) Arábia Saudita: R$ 2.959
• 22º) Etiópia: R$ 2.967
• 23º) Colômbia: R$ 2.995
• 24º) Equador: R$ 3.210
• 25º) Bielorrússia: R$ 3.220
• 26º) Quirguistão: R$ 3.360
• 27º) Tunísia: R$ 3.578
• 28º) Paquistão: R$ 3.919
• 29º) Togo: R$ 4.020
• 30º) Trindade e Tobago: R$ 4.031
• 31º) Emir. Árabes Unidos: R$ 4.047
• 32º) Usbequistão: R$ 4.057
• 33º) Chade: R$ 4.136
• 34º) Afeganistão: R$ 4.199
• 35º) Indonésia: R$ 4.277
• 36º) Domínica: R$ 4.376
• 37º) Suriname: R$ 4.426
• 38º) Maldivas: R$ 4.504
• 39º) Sudão: R$ 4.530
• 40º) Iémen: R$ 4.696
• 41º) Líbano: R$ 4.715
• 42º) Sri Lanca: R$ 4.734
• 43º) Mongólia: R$ 4.763
• 44º) Benim: R$ 4.777
• 45º) Serra Leoa: R$ 4.823
• 46º) Gabão: R$ 4.831
• 47º) Argentina: R$ 4.839
• 48º) Madagáscar: R$ 4.890
• 49º) Burquina Faso: R$ 4.896
• 50º) Bangladeche: R$ 4.922
• 51º) Congo-Kinshasa: R$ 4.959
• 52º) Camarões: R$ 5.031
• 53º) Costa do Marfim: R$ 5.055
• 54º) Moçambique: R$ 5.153
• 55º) Tanzânia: R$ 5.216
• 56º) Botsuana: R$ 5.256
• 57º) Suazilândia: R$ 5.274
• 58º) Mali: R$ 5.342
• 59º) Guiné: R$ 5.354
• 60º) Butão: R$ 5.407
• 61º) Taiwan: R$ 5.407
• 62º) Porto Rico: R$ 5.470
• 63º) México: R$ 5.484
• 64º) Ucrânia: R$ 5.491
• 65º) Namíbia: R$ 5.566
• 66º) Quênia: R$ 5.573
• 67º) Guiana: R$ 5.592
• 68º) Panamá: R$ 5.680
• 69º) Geórgia: R$ 5.767
• 70º) Santa Lúcia: R$ 5.800
• 71º) Granada: R$ 5.817
• 72º) Estados Unidos: R$ 5.833
• 73º) Zâmbia: R$ 5.846
• 74º) Salvador: R$ 5.853
• 75º) Ruanda: R$ 5.856
• 76º) Libéria: R$ 5.906
• 77º) Costa Rica: R$ 5.981
• 78º) Cuba: R$ 6.003
• 79º) Lesoto: R$ 6.021
• 80º) Paraguai: R$ 6.050
• 81º) Nepal: R$ 6.067
• 82º) Nicarágua: R$ 6.113
• 83º) Honduras: R$ 6.120
• 84º) Birmânia: R$ 6.165
• 85º) Senegal: R$ 6.170
• 86º) Vietnã: R$ 6.194
• 87º) Fiji: R$ 6.212
• 88º) Burundi: R$ 6.384
• 89º) Guatemala: R$ 6.389
• 90º) Turquia: R$ 6.396
• 91º) Índia: R$ 6.447
• 92º) Maurícia: R$ 6.501
• 93º) Filipinas: R$ 6.523
• 94º) Japão: R$ 6.544
• 95º) Uganda: R$ 6.630
• 96º) Bahamas: R$ 6.649
• 97º) Hungria: R$ 6.700
• 98º) Rep. Dominicana: R$ 6.731
• 99º) Malávi: R$ 6.748
• 100º) Tailândia: R$ 6.749
• 101º) Chile: R$ 6.819
• 102º) Camboja: R$ 6.823
• 103º) Gana: R$ 6.862
• 104º) África do Sul: R$ 6.903
• 105º) Aruba: R$ 6.909
• 106º) Ilhas Caimã: R$ 6.924
• 107º) Peru: R$ 6.931
• 108º) China: R$ 6.944
• 109º) Macedônia: R$ 6.961
• 110º) Curaçao: R$ 6.982
• 111º) Marrocos: R$ 6.998
• 112º) Malta: R$ 7.014
• 113º) Moldávia: R$ 7.062
• 114º) Jamaica: R$ 7.106
• 115º) BRASIL: R$ 7.210
• 116º) Jordânia: R$ 7.291
• 117º) Seicheles: R$ 7.341
• 118º) Polônia: R$ 7.348
• 119º) Austrália: R$ 7.378
• 120º) Canadá: R$ 7.438
• 121º) Cabo Verde: R$ 7.533
• 122º) Chipre: R$ 7.590
• 123º) Bulgária: R$ 7.765
• 124º) Sérvia: R$ 7.825
• 125º) Eslovênia: R$ 7.867
• 126º) Laos: R$ 7.949
• 127º) Coreia do Sul: R$ 8.012
• 128º) Bósnia: R$ 8.061
• 129º) Croácia: R$ 8.278
• 130º) Romênia: R$ 8.353
• 131º) Andorra: R$ 8.364
• 132º) Belize: R$ 8.413
• 133º) Uruguai: R$ 8.598
• 134º) Wallis e Futuna: R$ 8.700
• 135º) Lituânia: R$ 8.893
• 136º) Eslováquia: R$ 9.024
• 137º) Mayotte: R$ 9.107
• 138º) Montenegro: R$ 9.107
• 139º) Áustria: R$ 9.191
• 140º) Nova Zelândia: R$ 9.323
• 141º) Luxemburgo: R$ 9.343
• 142º) Albânia: R$ 9.345
• 143º) Bélgica: R$ 9.416
• 144º) República Checa: R$ 9.485
• 145º) Letónia: R$ 9.500
• 146º) Espanha: R$ 9.549
• 147º) Itália: R$ 9.575
• 148º) Rep. Centro-Africana: R$ 9.582
• 149º) Irlanda: R$ 9.626
• 150º) Barbados: R$ 9.755
• 151º) Suíça: R$ 9.940
• 152º) Estônia: R$ 9.940
• 153º) Singapura: R$ 10.145
• 154º) Reino Unido: R$ 10.188
• 155º) França: R$ 10.395
• 156º) Portugal: R$ 10.610
• 157º) Liechstenstein: R$ 10.656
• 158º) Suécia: R$ 10.718
• 159º) São Marinho: R$ 10.725
• 160º) Israel: R$ 10.735
• 161º) Islândia: R$ 10.807
• 162º) Grécia: R$ 10.819
• 163º) Alemanha: R$ 10.835
• 164º) Dinamarca: R$ 11.146
• 165º) Zimbabué: R$ 11.211
• 166º) Finlândia: R$ 11.227
• 167º) Noruega: R$ 11.688
• 168º) Mônaco: R$ 11.845
• 169º) Holanda: R$ 11.991
• 170º) Hong Kong: R$ 13.716
No mês passado, uma pesquisa do Datafolha revelou que para 68% dos brasileiros, o governo Bolsonaro tem responsabilidade pela alta dos combustíveis. De acordo com a sondagem ainda, 39% afirmaram que Bolsonaro tem muita responsabilidade pelo aumento da gasolina, do diesel e do gás de cozinha. Outros 29% consideram que seu governo tem ao menos um pouco de responsabilidade. Já na avaliação de 30%, o governo não tem responsabilidade.
Diante do resultado, e sob ameaça de nova greve dos caminhoneiros, Bolsonaro pela terceira vez em seu governo fez mudanças na direção da Petrobrás. Ele demitiu o presidente da estatal, Joaquim Silva e Luna – em mais uma encenação de que estava fazendo algo para conter o descontrole nos preços dos combustíveis.
Para presidir a Petrobrás, Bolsonaro indicou Mauro Ferreira Coelho, ex-secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia (MME) deste governo. Coelho, assim como fizeram seus antecessores Castello Branco e Silva e Luna, manterá a desastrosa política que levou ao descontrole dos preços dos combustíveis no país, o PPI, que atrela os preços da Petrobrás à especulação do barril do petróleo no mercado internacional e ao dólar – que beneficia apenas os acionistas da estatal (grande parte estrangeiros) com pagamento de dividendos e os importadores de derivados de petróleo.