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Países do grupo anunciaram que vão reduzir oferta em 1 milhão de barris no próximo mês. Arábia Saudita responderá por metade da redução
Os preços do petróleo chegaram a subir 8%, na manhã desta segunda-feira, a maior variação no intraday em mais de um ano, depois que grandes produtores anunciaram um corte surpresa de mais de 1 milhão de barris por dia. A Arábia Saudita responderá por metade da redução. Com o anúncio, analistas já preveem que o barril do petróleo chegue a US$ 100.
Por volta de 7h20 (hora de Brasília), a alta perdeu um pouco o fôlego. O West Texas Intermediate (WTI), referência nos Estados Unidos, era cotado a US$ 79, 58, alta de 5,17%. E o Brent era negociado a US$ 83,90, com avanço de 5,02%
A decisão da Arábia Saudita, Iraque, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Argélia e Omã valerá a partir do próximo mês até o fim do ano, e marca a maior redução na produção desde que a Organização dos Estados Produtores de Petróleo (Opep) cortou dois milhões de barris por dia, em outubro do ano passado.
A redução ocorre logo após decisão da Rússia de estender seu corte para 500 mil barris por dia, apesar dos pedidos dos Estados Unidos para aumentar a produção.
A decisão da Opep e seus aliados foi uma grande surpresa para o mercado, dada a retórica anterior do líder do grupo, a Arábia Saudita, de que manteria a produção, e poderá reacender os temores, ainda recentes, sobre a inflação, e que um aperto monetário agressivo por parte dos bancos centrais possam levar a economia global à recessão.
A Casa Branca descreveu a decisão da OPEP+ como imprudente nas atuais condições de mercado e acrescentou que os Estados Unidos trabalharão com produtores e consumidores para administrar os preços da gasolina para os americanos.
Analistas já estimam barril a US$ 100
Analistas do Goldman Sachs Group afirmaram que o grupo tem poder de precificação muito significativo em relação ao passado, e que o corte anunciado no domingo “é consistente com sua nova doutrina de agir preventivamente porque eles podem fazê-lo sem perdas significativas de participação de mercado”.
A redução, combinada com a extensão dos cortes na produção russa, levou a gigante de Wall Street a elevar sua previsão de petróleo Brent de US$ 90 para US$ 95 o barril em dezembro deste ano, e de US$ 95 para US$ 100 em dezembro de 2024.
O Goldman acrescentou que, ao contrário do corte anterior da Opep+ em outubro, o momento da demanda global por petróleo é positivo em meio a uma forte recuperação na China e margens de refino resilientes.
Já Daniel Hynes, estrategista sênior de commodities do ANZ Group, afirmou que probabilidade de o barril chegar a US$ 100 antes do fim de 2023 “certamente aumentou após essas medidas”:
“Assim como o resto do mercado, fiquei bastante surpreso com a mudança. Essa medida envia um sinal muito forte ao mercado de que eles vão apoiar os preços.