Valor Econômico
A diferença entre os preços da gasolina e do óleo diesel definidos pela Petrobras e as cotações internacionais alcançou os maiores níveis registrados no ano, colocando mais pressão para que a estatal promova reajustes. Caso a empresa opte por elevar os preços nas refinarias, será a primeira vez desde a adoção da nova estratégia comercial.
O aumento do Brent elevou a defasagem da gasolina da Petrobras para 35,4% (R$ 1,21 por litro) em relação aos preços internacionais, segundo cálculos do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). No diesel, a defasagem foi a 29,5% (R$ 1,28 por litro). Para a StoneX, a diferença da gasolina é de 24% (R$ 0,6 por litro) e de 36,2% no diesel (R$ 1,10 por litro). Em julho o Brent avançou 15,5%, com a expectativa de demanda melhor de países asiáticos e de menor oferta pelos integrantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), de acordo com a StoneX.
A política de preços da Petrobras, aprovada em 16 de maio, tem gerado alertas de analistas. Desde então, ressaltam que o teste real da nova estratégia viria quando os preços do Brent se mantivessem além dos US$ 80. Na quarta-feira (9), o barril encerrou o pregão cotado a US$ 87,55.
A situação de preços defasados por um longo tempo acentua um risco de desabastecimentos pontuais em algumas regiões. Ontem à noite, a estatal divulgou nota negando que tenha reduzido a oferta de diesel no país. “A companhia está cumprindo integralmente suas obrigações junto às distribuidoras, entregando todo o volume contratado”, afirmou a empresa.