Banco Central autoriza transferências de dinheiro pelo WhatsApp

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O Globo

O Banco Central (BC) autorizou nesta terça-feira que o WhatsApp ofereça os serviços de transferência entre usuários do aplicativo. No entanto, o BC não permitiu a função de compra, que ainda está em análise.
A autorização foi dada para a Visa e a Mastercard, parceiros do WhatsApp, e ao Facebook, empresa dona do aplicativo de mensagens.
“O BC acredita que as autorizações concedidas poderão abrir novas perspectivas de redução de custos para os usuários de serviços de pagamentos”, disse a autoridade monetária em nota.
Também em nota, o WhatsApp disse que está fazendo os ajustes finais e espera disponibilizar a função “assim que possível”.
“Recebemos com muita satisfação a decisão de hoje do Banco Central sobre a aprovação do nosso pedido de licença como iniciador de pagamentos, e estamos empenhados nos preparativos finais para disponibilizar esta funcionalidade do WhatsApp no Brasil assim que possível. Agora, mais do que nunca, pagamentos digitais seguros e convenientes oferecem uma solução vital para transferir dinheiro rapidamente para pessoas que necessitam e auxiliar empresas em sua recuperação econômica. Compartilharemos mais informações assim que a função de pagamentos estiver disponível no WhatsApp”.
Mais cedo em uma transmissão ao vivo, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, chegou a dizer que a funcionalidade do WhatsApp seria autorizada “em breve” e afirmou que a junção entre mídias sociais e finanças precisavam ser entendida pelos órgãos reguladores.
— Quando eu olho pra frente, o que eu vejo é um casamento entre mídia social e um mundo de finanças e esse é o casamento que hoje os reguladores precisam entender como enfrentar, como regular e o que isso significa em termos de precificação e competição para a sociedade — explicou o economista.
Pix
De início, o serviço do WhatsApp não estará integrado ao Pix. Como só foi autorizado nesta terça-feira, a empresa precisará solicitar adesão ao programa e concluir o processo de homologação, de acordo com o BC.
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“O WhatsApp acredita que o Pix ajudará a alcançar o objetivo de possibilitar a todos os usuários do aplicativo enviarem e receberem dinheiro de suas famílias, amigos ou para negócios de forma tão fácil quanto enviar uma foto. O WhatsApp vai trabalhar com o BC para que esta integração aconteça o mais rápido possível”.
Ainda segundo a empresa, no lançamento, usuários poderão se cadastrar nos pagamentos no WhatsApp com um cartão de débito, combo ou pré-pago de algum dos bancos suportados ou parceiros de pagamentos.
Ao anunciar a funcionalidade em junho do ano passado, o WhatsApp explicou que seria possível usar cartões de débito da Visa e da Mastercard dos bancos Nubank, Sicredi e Banco do Brasil em uma transferência intermediada pela Cielo.
“Muito bem vinda a autorização do Banco Central. Teremos na sociedade mais uma opção de transferências entre pessoas, muito importante nesta transformação digital e que promoverá a inclusão de uma grande quantidade de brasileiros em meios de pagamento. A Cielo tem o maior orgulho e respeito por fazer parte deste momento, tendo sido a selecionada pelo Facebook para ser a prestadora de serviços para o WhatsApp Pay. Aguardamos ainda a aprovação do P2M”— afirmou Paulo Caffarelli, presidente da Cielo.
Já no momento do primeiro anúncio, a empresa explicava que estava aberta a novas parcerias e, de acordo com fontes, a funcionalidade deve ser lançada com mais empresas parceiras.
Também no momento do lançamento, a empresa anunciou que as transferências não seriam cobradas de pessoas físicas, mas empresas teriam uma taxa de 3,99% por transação.
Tramitação para autorizar
Foram quase 10 meses de análise pelo Banco Central até a autorização feita nesta terça-feira. O anúncio da funcionalidade foi feito no dia 15 de junho do ano passado. Uma semana depois, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e o Banco Central decidiram suspender o serviço por conta de preocupações com a segurança e a competitividade do setor.
Já na semana seguinte, o Cade reviu sua posição depois de receber informações do Facebook, dono do WhatsApp, e da Cielo, que entrariam com parceiros na empreitada.
No entanto, o BC continuou com a suspensão e disse que a operação seguiria o ritmo normal de análise. Em agosto, o Banco Central liberou os testes para o serviço e autorizou parte do funcionamento nesta terça.

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