Brasil deve exportar célula de combustível a etanol, diz CEO da Volkswagen América Latina

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EPBR

Para o CEO da Volkswagen América Latina, Pablo Di Si, o Brasil deve ser um exportador de tecnologias de etanol, como a célula de combustível, tanto para países vizinhos como para o continente europeu e potências emergentes como China e Índia.
“O Brasil precisa pensar grande, precisa se mostrar para o mundo como um importante desenvolvedor de biocombustíveis, exportando tecnologia, e não só o etanol”, disse o executivo em webinar promovido pela Fenasucro na terça (25).

“Temos que pensar no etanol, na célula de combustível. Ela pode ser transportada em contêiner e exportada para a Europa, para a China”, completou.
Segundo Di Si, será necessário investir em pesquisa e desenvolvimento em instituições nacionais, para que o Brasil possa ocupar de fato um papel de protagonista mundial no tema dos biocombustíveis.
“O etanol pode ser uma tecnologia complementar para veículos a combustão, híbridos e elétricos, desenvolvida no Brasil com potencial para exportação (…) O etanol funciona bem no Brasil e funcionará bem com algum componente misturado em alguns outros países, embora a base seja sempre etanol”, comentou.

O executivo ainda falou da vantagem do etanol em relação aos carros elétricos e da necessidade de o Brasil apostar em soluções mais apropriadas à realidade nacional quando o assunto é transição energética.
“Os carros elétricos são uma realidade, mas precisamos e podemos criar a nossa alternativa”, disse.
“O etanol, se comparado com a gasolina, gera 86% menos emissões. A diferença é brutal. Você planta a cana e quase [todo o processo de produção do etanol] é renovável. E a velocidade para continuar essa jornada é super-rápida se comparada com a implantação de postos para abastecimento de carros elétricos”, concluiu.
A opinião do executivo vai ao encontro da proposta do governo federal com o programa Combustível do Futuro.
Aprovado no final de abril pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), o programa indica rotas tecnológicas que o Brasil pretende seguir para descarbonizar a matriz de transportes, com destaque para o incentivo da célula de combustível a etanol e do etanol de segunda geração.

Urgência para a célula a etanol
Mais cedo, em um encontro promovido pela Exame, o ex-ministro da Fazenda e atual diretor no Banco Safra, Joaquim Levy, também defendeu o desenvolvimento de tecnologias de células de combustível a partir do etanol.
“Temos que ter tanta ambição, tanta urgência, quanto a gente teve no caso do programa de etanol lá atrás, para apoiar a célula de hidrogênio a partir do etanol”, disse.
Segundo ele, o Brasil tem capacidade de competir com outros players mundiais na transição energética, mas precisa enxergar possibilidades além da utilização do etanol tal como é feita hoje.

“As fábricas internacionais vão parar de produzir carro de combustão interna daqui a 10 15 anos, no máximo, então a gente não vai poder ficar com uma coisa que vai depender de uma tecnologia que não interessa mais ninguém”, observou.
Levy acredita que a célula de combustível a partir do etanol e o desenvolvimento de novas soluções para produção de bioquerosene são maneiras de “dar vida aos nossos biocombustíveis. Manter empregos importantes de uma parte da nossa economia”, comentou.

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