Combustível sobe mais na bomba que na refinaria

Etanol: Comprador recua e liquidez segue baixa no mercado de SP
17/01/2017
Quais são os países com a gasolina mais cara e mais barata do mundo?
17/01/2017
Mostrar tudo

Fonte: Valor Online

O preço pago pelo consumidor, nos postos, tem crescido acima dos reajustes praticados pela Petrobras nas refinarias desde o lançamento da política de preços dos combustíveis da estatal, há três meses. Dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostram que, desde meados de outubro do ano passado, a gasolina acumula, na média, alta de 3,2% nas bombas, enquanto o diesel subiu 2,7%. Os números são maiores que os reajustes praticados nas refinarias pela Petrobras, que anunciou um aumento de preço por mês desde outubro do ano passado e acumula, nos últimos três meses, uma alta de 1,8% nos preços da gasolina e de 2,5% no caso do diesel. O descompasso acontece porque os preços são livres no mercado e, para cada reajuste praticado pela estatal nas refinarias, os demais agentes da cadeia – como distribuidoras e postos de combustíveis – optam por repassar ou não o aumento ou redução dos custos de aquisição dos derivados para o consumidor final. No final de outubro, dez dias após a companhia ter anunciado uma redução nos preços do diesel e gasolina, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, chegou a dizer que o fato de o reajuste ter demorado a chegar ao consumidor final era “decepcionante”. O levantamento da ANP sugere, ainda, que os repasses das distribuidoras foram maiores no caso da gasolina. As companhias do elo de distribuição aumentaram os preços do derivado, em média, em 3,7% desde meados de outubro – o dobro do reajuste acumulado nas refinarias no período. No caso do diesel, por outro lado, as distribuidoras aumentaram os preços em 1,1%, número abaixo dos patamares dos reajustes da Petrobras, o que sinaliza que o repasse ao consumidor final se deu, em sua maior parte, nos postos de combustíveis. O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom) esclareceu que não tem conhecimento das políticas de preços de suas associadas, mas destacou que a composição do preço de venda ao consumidor final é “complexa”. A associação lembra que, além do preço de aquisição dos derivados, nas refinarias, o produto é influenciado também pelos tributos e fatores como os custos de logística, remuneração dos distribuidores e remuneração dos revendedores e “está sujeita às oscilações de oferta e demanda de um mercado livre". "Os preços são livres e determinados pelo mercado, e, portanto podem mudar diariamente, para cima ou para baixo, independentemente de ocorrerem ou não reajustes no produtor", esclareceu a entidade. O Sindicom defendeu, ainda, que só custo do produto nas refinarias e os tributos são responsáveis por mais de 80% do preço final e que e a margem média dos distribuidores representa menos de 5%, de acordo com informações publicadas pela ANP. A Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), por sua vez, disse que não comenta sobre a prática de preços.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *