Como a queda no preço dos combustíveis está afetando a revenda

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Aprix Journal

A Petrobras reduziu o preço da gasolina em 18 centavos, nas refinarias, a partir desta terça-feira (16/08). É o terceiro corte nos preços dos combustíveis feito pela estatal em menos de um mês. Na última quinta-feira (11/08), houve uma nova redução nos preços do diesel, dessa vez de 4% — ou 22 centavos por litro. Em 04/08, a companhia cortou o preço do diesel nas refinarias pela primeira vez em a 15 meses

A nova redução do preço da gasolina era esperada e condiz com a queda das cotações do petróleo e do câmbio. A consultoria StoneX estima que ainda há espaço para um corte de 9,5% – ou de R$ 0,35 em média – nos preços da gasolina praticados pela Petrobras. Enquanto isso, o petróleo segue em queda: o barril do Brent estava sendo negociado em queda de 0,88%, a US$ 94,26, às 7h15 desta terça-feira (16/8), e chegou a tocar mínimas desde janeiro, após a divulgação de dados que indicam a desaceleração da produção industrial da China.

A tendência dos preços dos combustíveis e o valor do barril de petróleo podem ser acompanhados pelo Painel de Arbitragem da Aprix.

Rafael Fernandes de Oliveira Costa, sócio-proprietário do Posto Mônaco, em Marília (SP), afirma que a baixa nos preços não impactou as vendas nos postos de combustíveis. “O mercado inteiro na revenda abaixa os preços, e por ter uma competição acirrada, não tem uma mudança. Não aumentou o volume de vendas por diminuir o preço dos combustíveis. Talvez as pessoas estejam economizando esse dinheiro e gastando em outra coisa”, declara.

Ainda assim, a queda nos preços representa alívio com relação à escalada dos últimos meses. “No nosso caso, pelo menos, foi bem complicado por precisarmos injetar capital de giro. Nossa venda é pequena, portanto o caixa sempre está enxuto. Qualquer variação de subida de preço de custo é complicada, ainda mais quando é constante, como foi o caso do começo do ano”, comenta Rafael.

Já o Posto Miranda, em Uberlandia (MG), voltado a clientes de baixa renda, mais sensível a preços, viu as vendas despencarem no início do ano. Renan Miranda, proprietário do posto, relata: “o meu público consumidor não conseguiu acompanhar o aumento dos preços mantendo a mesma quantidade, ele manteve o mesmo valor”. Esse comportamento foi acompanhado por outras decisões, como a redução do uso do carro, a troca pelas motocicletas ou pelo transporte público, por exemplo.

Outra vilã é a inflação: no acumulado em doze meses até julho, o valor do Índice de Preços no Consumidor Amplo (IPCA) é de 10,07%. “A economia que os consumidores estão tendo hoje ao abastecer está sendo usada para repor o aumento do preço dos alimentos”. Agora, seu posto de combustíveis segue operando com o mesmo patamar de vendas do início do ano, mas a população de baixa renda ainda não recuperou o poder de compra para poder retomar o consumo anterior à onda de aumentos.

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