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Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Uruguai e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) discutem entre esta hoje e amanhã políticas públicas para o desenvolvimento de projetos de hidrogênio que possam, a partir de parcerias entre os países, tornar a América Latina líder mundial na produção e exportação do combustível, tido como parte fundamental fundamental da descarbonização da matriz de transporte brasileira.
Ministros de estado, entre eles Bento Albuquerque, de Minas e Energia, participam do Hydrogen Congress for Latin America & the Caribbean, coorganizado pelo BID, e que vai reunir formuladores e reguladores de políticas públicas.
Por aqui, o governo brasileiro deve começar ainda em 2021 a formular diretrizes para a criação de uma estratégia nacional para produção de hidrogênio. Estudos devem ser autorizados pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que é comandado pelo próprio Bento Albuquerque.
Com a capacidade de produção de energia renovável que existe no país não há como não acreditar que o hidrogênio verde possa ser parte fundamental da descarbonização da matriz de transporte brasileira.
A nova política para hidrogênio deve estar dentro do Programa Combustível do Futuro, revelado pela epbr no começo do mês e anunciado nesta terça pelo próprio Albuquerque. O programa é resultado da opção do governo brasileiro pelo etanol, biodiesel e novos biocombustíveis. Haverá espaço para eletrificação, mas sempre garantindo a “vocação brasileira para a produção sustentável de bioenergia e biocombustíveis”.
Mas falta senso de urgência. O hidrogênio verde é bom exemplo da sinergia possível entre incentivos à retomada econômica e a transformação para uma economia de baixo carbono. Uma política pública eficiente pode ajudar a trazer investimentos, renda, receita, impostos e empregos para o país.
Exemplos no mundo não faltam. A Austrália, que já é conhecida como a Arábia Saudita do Hidrogênio Verde, tem previsão de investimentos da ordem US$ 36 bilhões até 2027 em cinco megaprojetos.
O Chile criou no ano passado a Estratégia Nacional de Hidrogênio Verde e já conta dois projetos um tocado pela Engie em parceria com a Enaex e e o Highly Innovative Fuels (HIF), consórcio entre as empresas AME, Enap, Enel Green Power, Porsche e Siemens Energy. A estratégia chilena é abastecimento interno e também a exportação.
Também temos exemplos aqui mesmo no Brasil. O governo do Ceará se prepara para receber a maior usina de hidrogênio verde do mundo. Com investimentos de 5,4 bilhões de dólares, o projeto Base One da Enegix Energy quer produzir mais de 600 mil toneladas de hidrogênio verde anualmente a partir de 3,4GW de energia renovável firme. É, contudo, o único projeto anunciado para o Brasil até o momento.
Um olhar mais atento para as “novas” opções energéticas pode mudar o futuro dos combustíveis no Brasil.