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Valor Econômico

A Petrobras deve reportar melhoras nos principais indicadores financeiros da companhia nos resultados do segundo trimestre, a serem divulgados amanhã depois do fechamento do mercado. A expectativa entre analistas de bancos é que o primeiro balanço trimestral da empresa sob a gestão de Joaquim Silva e Luna seja alavancado, sobretudo, pela valorização do petróleo.
De acordo com a média das cinco projeções de analistas consultados pelo Valor, a petroleira deve contabilizar receitas líquidas de R$ 103,2 bilhões no segundo trimestre, o dobro dos números registrados entre abril e junho de 2020, período impactado negativamente pelo choque de preços do petróleo. Em relação ao primeiro trimestre de 2021, a previsão
é que as receitas subam 19,8%.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) é estimado, na média, em R$ 53,4 bilhões. O montante equivale a aumento de 113% na comparação anual e de 9% ante o primeiro trimestre de 2021. A média das projeções é formada a partir das previsões da Ativa Investimentos, Credit Suisse, Goldman Sachs, Itaú BBA e Instituto de Estudos Estatégicos do Petróleo (Ineep).
O Credit Suisse disse que espera “fortes resultados” no segundo trimestre devido aos preços mais altos do petróleo e ao ligeiro aumento da produção em relação aos três primeiros meses do ano. Entre abril e junho, o barril do tipo Brent foi negociado, na média, a US$ 69, ante os patamares de US$ 29 do segundo trimestre de 2020 e de U$ 61 nos três primeiros meses deste ano. Já em relação aos dados operacionais, a Petrobras fechou o segundo trimestre com uma produção média de 2,796 milhões de barris diários equivalentes de petróleo (BOE/dia), crescimento de 1,1% frente ao primeiro trimestre de 2021, mas recuo de 0,2% na comparação anual. Ainda segundo o Credit, a apreciação do real também deve ter efeito positivo sobre os resultados do segundo trimestre.
As projeções de lucro líquido variam de R$ 5,68 bilhões (Ativa) a R$ 33,6 bilhões (Itaú BBA). O resultado efetivo depende muito dos efeitos não recorrentes apurados, o que torna a projeção dos lucros uma tarefa difícil para analistas.
A Planner cita o impacto positivo esperado do crédito fiscal adicional de R$ 4,4 bilhões a ser contabilizado no balanço do segundo trimestre, após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter decidido que o valor do ICMS a ser excluído da base de cálculo do PIS/Cofins é o destacado na nota fiscal. A expectativa é que o resultado do segundo trimestre também seja positivamente impactado pela venda dos 10% na Nova Transportadora do Sudeste (NTS), por R$ 1,5 bilhão.
O Ineep vê, ainda, potencial de crescimento das receitas devido à recuperação das vendas de derivados. No segundo trimestre, a companhia registrou uma alta de 5,5% na comercialização ante o primeiro trimestre e de 17,5% na comparação anual.
O analista da Ativa Investimentos, Ilan Arbetman, vê boas perspectivas de resultados, tanto na área de exploração e produção, quanto no refino e no setor de gás e energia – beneficiado pelo maior despacho termelétrico durante a crise hídrica. “A questão é saber o poder de monetização dos volumes [de vendas no refino], que foram bons. É um ponto a ficar de olho”, disse o analista, em referência à defasagem estimada pelo mercado em relação aos preços da petroleira frente à paridade de importação, sobretudo na gasolina.

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