Petrobras perto de antecipar meta de redução da dívida

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Valor Econômico

Impulsionada por uma forte geração de caixa, a Petrobras se aproxima de sua meta de redução da dívida e alimenta as expectativas de que, mantido o ritmo de desalavancagem e de recuperação dos preços do petróleo, a nova política de dividendos da empresa seja antecipada. As perspectivas positivas para remuneração aos acionistas se refletem na recuperação recente das ações da petroleira. Embora a confiança do mercado sobre a nova gestão da companhia dê sinais de melhora, porém, os riscos associados à intervenção do governo na política de preços da estatal ainda não estão dissipados.

Embaladas pelos resultados positivos do primeiro trimestre e pelo discurso de continuidade da nova administração, as ações da Petrobras atingiram, na sexta-feira, o maior valor de mercado desde 19 de fevereiro – quando o presidente Jair Bolsonaro anunciou a destituição de Roberto Castello Branco e indicou o general Joaquim Silva e Luna para comandar a estatal.
Os papéis ordinários da empresa encerraram o pregão de sexta com alta de 4,3%, a R$ 25,64. O valor indica uma recuperação frente aos patamares na casa dos R$ 20 do pregão seguinte à indicação de Silva e Luna, em fevereiro, mas ainda está abaixo dos níveis de R$ 28 registrados na véspera do anúncio. A petroleira brasileira vem, aos poucos, retomando o interesse do investidor, impulsionada pela alta recente dos preços do petróleo e pela boa performance financeira.

Mesmo durante a pandemia de covid-19, a companhia conseguiu, no intervalo de um ano, cortar em 20,5% a dívida bruta – o equivalente a US$ 18,2 bilhões entre março do ano passado e igual mês de 2021, para US$ 70,9 bilhões. A trajetória de desalavancagem vem sendo mantida sistematicamente. Em abril, a estatal pagou mais US$ 3,2 bilhões, aproximando-se do alvo de endividamento traçado para 2021, de US$ 67 bilhões.
Se mantido o ritmo dos últimos trimestres, a tendência é que a estatal antecipe, para este ano, o cumprimento da meta de redução da dívida para US$ 60 bilhões, esperado para 2022. A política de dividendos da empresa estabelece que, a partir do momento em que o endividamento cair para um nível inferior a esse patamar, uma nova sistemática de remuneração aos acionistas será acionada, abrindo espaço, na prática, para o aumento dos valores pagos aos investidores – por meio de uma fórmula que prevê a distribuição de 60% da diferença entre o fluxo de caixa operacional e investimentos.

“Temos trabalhado para chegar à meta [de redução da dívida] o mais rápido possível. Estamos usando todo fluxo de caixa livre para reduzir o endividamento”, disse o novo diretor financeiro da Petrobras, Rodrigo Alves, durante teleconferência com investidores.
As chances de uma possível antecipação da política de dividendos da Petrobras foram levantadas por analistas do Credit Suisse, na sexta-feira. Com os preços do barril do petróleo entre US$ 65 e US$ 70, segundo o banco, é possível que a companhia acione a nova fórmula ainda em 2021. Os analistas, porém, ainda mantém a cautela sobre os riscos associados à intervenção de Bolsonaro na troca do comando da estatal.

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