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Fonte: A Tarde/Ba

Não é segredo que desde 2014, depois de o Congresso Nacional aprovar uma nova lei que favorece as indústrias de cana e ajuda no controle da emissão de CO², a gasolina vendida no Brasil passou a ter 27,5% de etanol anidro, o que pode prejudicar a médio e longo prazo alguns motores de carros abastecidos somente com gasolina. Por este motivo, à época, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) recomendou que veículos mais antigos usassem apenas a caríssima gasolina de alta octanagem. Desde o início dos anos 1980 a adição de etanol à gasolina só cresceu, e assim fomos até nossa vizinha Argentina para saber como é o combustível vendido por lá.
A cidade escolhida para nossa avaliação foi San Carlos de Bariloche, um dos principais pontos turísticos do país. Por lá, não é comercializado o etanol, apenas a gasolina super (comum), aditivada, podium e diesel, todos puros, lembrando que boa parte dos postos também vende o gás natural, opção principal dos frotistas, como táxis e motoristas de aplicativo. A Argentina também é abastecida pela Petrobras, tanto que há postos da empresa espalhados pelo país e também em Bariloche. Por lá, a gasolina comum (super) é comercializada a ARS 31,57 (R$ 3,47) na rede YPF. Na Petrobras o valor pode chegar a ARS 40,00 (R$ 4,40). Ou seja, a realidade dos argentinos é cerca de R$ 1,00 mais barata do que nas principais capitais brasileiras e o valor equivalente na rede brasileira, considerando ainda que a gasolina não tem etanol adicionado.
No país andamos por 10 dias com o VW Voyage 1.6 MSI com câmbio manual. A calibração para a gasolina argentina melhora a eficiência do pequeno sedã. Na Argentina andamos cerca de 1.000 km com o carro em percursos urbanos e rodoviários e registramos os números de 16,6 km/l na cidade e 19,4 km/l em trechos rodoviários.
A gasolina aditivada chega a ser R$ 0,30 mais cara na rede YPF, mas torna o consumo ainda melhor, além de ajudar na limpeza dos bicos injetores. Apesar da grande incidência de impostos sobre a gasolina, os hermanos têm aproveitado um produto mais puro e mais econômico que os brasileiros.
Pelo mundo
Hoje, mais de 60 países utilizam o álcool na composição da gasolina. Para o diretor-executivo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Eduardo Leão de Sousa, no caso do etanol, esse é o melhor caminho para transformar o biocombustível em commodity. "Com um número cada vez maior de países consumindo e produzindo biocombustíveis, diminui o risco de uma eventual falta de oferta do produto no mercado internacional. Com isso, ganha principalmente o consumidor, pela consequente redução da volatilidade do preço, além dos ganhos para o meio ambiente devido à redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE). A condição necessária, no entanto, é que prevaleça um mercado livre, sem barreiras tarifárias ou técnicas", explicou.
Alguns países usam o etanol apenas para diminuir as quantidades de emissões de poluentes, outras nações usam por necessidade. Mas engana-se, a título de curiosidade, quem pensa que o Brasil tem a gasolina mais cara do mundo. Sobretudo na Europa e alguns países da Ásia, que compram gasolina importada, a realidade somada ao peso dos impostos torna o combustível bem caro.
Preços da gasolina em outros países
Mais caros

Hong-Kong – R$ 7,73

Islândia – R$ 7,70

Noruega – R$ 7,44

Holanda – R$ 7,11

Dinamarca – R$ 7,04

Mais baratos

Venezuela – R$ 0,04

Irã – R$ 1,02

Sudão – R$ 1,24

Kuwait – R$ 1,28

Argélia – R$ 1,31

EUA – R$ 1,75

*Fonte dos preços: Global Petrol Prices

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