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Fonte: Nova Cana

O potencial de exportação do etanol brasileiro foi um dos temas discutidos ontem (18) no Ethanol Summit, um dos maiores eventos mundiais sobre energias renováveis, realizado em São Paulo. Os países asiáticos foram apontados como a próxima fronteira para as vendas externas de etanol.

Segundo estimativas da Agência Internacional de Energia, entidade ligada à OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), os biocombustíveis devem ampliar a participação no setor de transportes em 19% até 2023 no mundo todo. Países em desenvolvimento, como a China e a Índia, representam grande potencial de expansão no consumo de energias renováveis.

Durante painel sobre as oportunidades internacionais para o etanol brasileiro, Marcos Jank, CEO da Aliança Agro Brasil e professor do Insper, destacou o potencial de consumo países como a China, Índia e Filipinas. Na Índia, há uma tendência natural em direcionar o excedente da cana de açúcar para a produção de etanol, de acordo com Jank. Este ano, o país deve estabelecer uma meta de presença de 7,2% de etanol na gasolina e de 10% em 2020.

Segundo Jank, a China tem um potencial de consumo de 19 bilhões de litros por ano de etanol. Ele também frisou o papel preponderante do Brasil na liderança no discurso sobre a importância dos biocombustíveis para a segurança energética e a proteção do meio ambiente nos países asiáticos.
Plinio Nastari, membro do Conselho Nacional de Política Energética, disse que a expansão do consumo de gasolina na China, que cresce a um ritmo de 6% ao ano, deve levar a uma maior demanda por etanol.

"O país produz pouco etanol e deverá necessitar importar mais para balancear a composição nas bombas de combustível nos postos”, afirmou. Ele também lembrou que o Brasil não precisa se limitar a exportar fontes de energia sustentável, mas também transferir a tecnologia dos carros flex e do modelo de programas que incentivam o uso de biocombustíveis.

O secretário de petróleo, gás natural e combustíveis renováveis do Ministério de Minas e Energia, Márcio Felix Carvalho Bezer, também participou do evento. Os países asiáticos, em sua visão, poderão adotar uma nova perspectiva para o ciclo de cana de açúcar e do milho, o que poderá beneficiar o Brasil e outros países exportadores de biocombustíveis.
"Novas políticas de uso de energias renováveis deverão aumentar a demanda por esse tipo de insumo”, disse.

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