Aumento de preços e crise econômica frearam vendas de combustíveis no Brasil, diz ANP

Vendas de etanol hidratado crescem 42,1% em 2018, diz ANP
20/02/2019
ANP vê crescimento do mercado de combustíveis acima do PIB em 2019
20/02/2019
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Fonte: G1

O diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), Décio Oddone, disse nesta terça-feira (19) que os sucessivos reajustes nos preços de combustíveis ao longo de 2018 fizeram com que o mercado do setor ficasse estagnado no ano passado. Na comparação com 2017, as vendas de combustíveis no país cresceram apenas 0,025%, o que indica estabilidade.
“Eu acredito que uma elevação dos preços dos combustíveis possa ter causado também uma retração no consumo, além da retração causada pela situação da economia”, disse Oddone ao conversar com jornalistas após a divulgação dos dados.
A relação da alta dos preços com a demanda, segundo ele, se demonstra, por exemplo, pela alta de 42,1% nas vendas do etanol hidratado frente à queda de 13,1% nas vendas de gasolina. Os altos preços da gasolina fizeram com que o etanol ficasse mais competitivo ao longo do ano. “É uma decisão de racionalidade econômica se refletindo na demanda”, afirmou Oddone.
Questionado se o resultado é motivo de comemoração, Oddone disse que ele serve para que se promover mudanças no setor.
“Não há o que comemorar ou deixar de comemorar. Temos é que tirar lições das estatísticas. A lição que a gente captura mais é que o mercado seja competitivo e transparente. A formação de preços ela deve ser feita num mercado em que haja competição e transparência”, enfatizou.
“A gente tem poucos agentes operando no setor de distribuição e a gente tem um agente dominante, que é a Petrobras, no refino. Se houver competitividade, haverá diversificação de preços”, destacou aos jornalistas.
Na abertura do seminário, Oddone o diretor-geral da ANP havia apontado que além da conjuntura econômica desfavorável no país, os preços do petróleo no mercado internacional contribuíram para a estagnação do mercado.
Ele pontuou que o Brasil é um “importador estrutural de derivados”, por não ter estrutura produtiva suficiente para atender à demanda interna. Além disso, apontou que os principais combustíveis consumidos no país, etanol e gasolina, têm preços mais caros no mercado internacional, o que impacta na formação do preço no mercado interno.
“A pergunta [que devemos fazer aqui] é: quais as razões dessa estagnação? É só a economia, ou a gente tem mais o que fazer? A dependência das importações, embora tenha melhorado, pode ser diminuída, ou não há o que fazer? Acho que é um pouco dos dois”, apontou Oddone.

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