Comércio varejista sofre queda de 0,5% este ano

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Fonte: Tribuna da Bahia

O comércio varejista baiano apresentou uma ligeira queda de 0,5% este ano, em relação ao mesmo período do passado. De acordo com estimativa realizada pela Fecomércio-BA, o faturamento deste ano deve fechar com R$ 66,6 bilhões. Segundo o órgão, está muito longe do que se vendia no período pré-crise, como em 2014, por exemplo, quando foram contabilizados R$ 83 bilhões de reais.
A Federação explica que, os setores que devem ter os melhores desempenhos são os que comercializam produtos essenciais como supermercados e farmácias. “O resultado projetado para o ano é de 3,1% e 1,7%, respectivamente. Vale ressaltar que o Setor Supermercadista evitou uma queda maior, pois representa cerca de um terço de tudo que se vende no Estado”.
Ainda segundo a Fecomércio-BA, apesar de duas atividades estarem com projeção positiva para o ano, como vestuário, tecidos e calçados (1,3%) e eletrodomésticos e eletrônicos (0,7%). “O faturamento deles ainda são bem abaixo do visto no passado, o que torna a base de comparação mais fraca”, ressalta o órgão.
No sentido negativo, o destaque deve ser do grupo “Outras Atividades” composto por venda de combustíveis para veículos, lojas de artigos esportivos, joalherias, lojas de jornais e revistas, entre outros. A expectativa é de retração de 14,5% em relação ao ano passado. “O peso maior está na área de combustíveis, o que a economia ainda mais fraca interfere do setor”.
A pesquisa da Federação mostra que, as demais quedas estão relacionadas aos setores de bens duráveis. As concessionárias de veículos e as lojas de autopeças e acessórios devem registrar a mesma variação negativa, de -2,7%. As vendas nas lojas de materiais de construção devem retrair 1,5% e, por fim, as lojas de móveis e decoração com recuo projetado de 0,6%.
ANÁLISE DO ESPECIALISTA
Apesar dos dados gerais indicarem um cenário negativo, é importante realizar uma análise trimestral dos dados. Para o consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze, “havia, desde o final do ano passado, uma expectativa otimista com a eleição. No entanto, um quadro mais desafiador apareceu e a recuperação da economia, que se esperava mais rápida, acabou tendo um ritmo mais lento por causa de toda a negociação da agenda de reformas do governo”. Na opinião do especialista, à medida que as principais reformas e medidas de estímulo forem sendo aprovadas ou adotadas, a confiança dos consumidores e empresários foi retornando.
“Isso começou a partir de setembro, com o anúncio da liberação anual dos recursos do FGTS, PIS/PASEP e com a sequência de redução da taxa básica de juros para o seu menor patamar histórico, de 5% ao ano”, atesta Dietze. Esse último ponto foi fundamental, pois os juros na ponta começaram a baixar para o consumidor.
Os números mostram com evidência essa passagem de tempo no ano. Nos dois primeiros trimestres as vendas caíram 2,4% e 2,7%, respectivamente. Já no terceiro trimestre, o saldo das vendas foi de -0,3% e a expectativa para os últimos três meses do ano é de um crescimento de 3% contra igual período do ano passado.
“É um excelente indicativo que as condições estão melhorando. A estrutura de juros baixos, mercado de trabalho mais aquecido, reformas importantes sendo aprovadas, redução da burocracia, entre outras medidas, é o que dará sustentabilidade ao consumo de longo prazo”, acreditao consultor.
No entanto, para a Fecomércio-BA, os dados esperados de 2019 devem ser lidos com cautela. Caso se confirme a expectativa de crescimento de vendas no Natal de 3,6%, este será um ótimo termômetro para os empresários acreditarem que 2020 será um ano mais favorável e o varejo entrará numa rota positiva buscando recuperar o que perdeu ao longo dos últimos anos e atingindo novos patamares de vendas.

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