Corte de oferta pela Opep ainda é dúvida

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Fonte: DCI

Ainda restam dúvidas se a estratégia da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de cortar produção deve realmente sair do papel. A decisão poderia contribuir para aliviar a pressão sobre os preços, em queda desde 2014.
A Arábia Saudita, principal exportador da Opep, disse na sexta-feira (25) ao grupo que não vai participar das negociações com produtores não- membros para discutir limite à oferta, disseram fontes do cartel à agência Reuters, uma vez que o país quer focar em chegar a um consenso dentro do grupo primeiro.
A reunião foi planejada para discutir a contribuição que produtores de fora da Opep vão fazer à proposta de acordo para limitar a produção.
Os ministros de petróleo da Opep se encontrarão nesta quarta-feira (30) em um esforço para finalizar o acordo.
“Há uma carta oficial da Arábia Saudita dizendo que não irá à reunião marcada para hoje porque os ministros devem concordar com o corte e então apresentar o acordo para países de fora do grupo”, disse uma fonte da Opep. “Isso será mais eficiente.”
A Opep está tentando consolidar um acordo preliminar feito em setembro na Argélia que iria reduzir sua produção para uma faixa de 32,5 milhões a 33 milhões de barris por dia, seu primeiro limite de produção desde 2008. A Opep almeja remover um excedente de produto e aumentar os preços do petróleo que, por volta de US$ 48 por barril, estão abaixo da metade de seu nível de meados de 2014.
Os preços do petróleo recuaram ainda mais na sexta-feira passada após notícias da ausência da Arábia Saudita.
As conversas de hoje estão previstas para acontecer com não membros e uma fonte russa familiarizada com o assunto disse que a Rússia pretendia participar, segundo a Reuters.
Reunião oficial
Na próxima quarta-feira, membros do cartel se reúnem em Viena para um dos dois encontros oficiais da Opep durante o ano. Analistas avaliam que a decisão de reduzir os níveis de produção é difícil, já que os próprios integrantes do grupo divergem entre si.
O principal ponto que definirá o sucesso da estratégia é a disposição dos países de abrir mão de volumes de produção. Em um cenário de preços em baixa por quase dois anos, alguns dos membros mais dependentes da receita do petróleo não querem reduzir a sua participação de mercado.
Um deles é o Irã, que após o fim das sanções econômicas deseja elevar suas exportações, afetadas pelo embargo encabeçado pelos EUA.
No entanto, especialistas também avaliam que a participação da Rússia no acordo seria crucial para garantir o sucesso da estratégia. O país é considerado o maior produtor global de petróleo, porém, não é membro do cartel.
Há pouco mais de dois anos, a cotação do barril do tipo Brent ultrapassava a casa dos US$ 100. No entanto, a Opep decidiu manter os níveis de produção para derrubar os preços e tirar do mercado, principalmente, produtores de xisto. Na semana passada, a cotação da commodity ficou em torno de US$ 49 o barril.

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