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Fonte: Valor Econômico

Os preços do petróleo retomaram ontem o recente movimento de queda. Os operadores avaliaram as perspectivas do abastecimento após dados dos Estados Unidos terem revelado uma alta imprevista nos estoques.

O barril do petróleo tipo Brent para agosto caiu 3,72% ontem na ICE, em Londres, cotado a US$ 59,97. Nesse patamar, a referência mundial voltou aos níveis de janeiro. O barril do WTI para julho fechou em queda de 3,99% em Nova York, a US$ 51,14.

A Agência de Informações sobre Energia (EIA, na sigla em inglês) do Departamento de Energia dos EUA, disse que os estoques americanos de petróleo aumentaram em 2,2 milhões de barris, para 485,5 milhões de barris, contrariando projeções que apontavam para uma queda de 481 mil barris, de acordo com a Reuters. Os estoques de gasolina cresceram ligeiramente mais do que o previsto, fazendo com que os contratos futuros negociados em Nova York caíssem mais de 2%.

A divulgação dos dados seguiu-se a relatório divulgado na noite de terça-feira pelo American Petroleum Institute (API, nas iniciais em inglês), que também indicou que os estoques americanos de petróleo continuaram a crescer e que provocou a queda dos contratos de petróleo negociados ao longo da noite.

“Esse boletim de dados deverá tirar o sono dos que apostaram na alta do petróleo, uma vez que, como confirmam os dados da EIA, poderíamos ter uma fuga mais significativa de posições em contratos de petróleo WTI”, disse Stephen Innes, sócio-executivo da Vanguard Markets, após a divulgação do relatório da API.

O petróleo registrou fortes oscilações nos meses recentes, e caiu cerca de 18% desde o fim de abril, após ter subido de US$ 50 para US$ 75 entre janeiro e abril.

Os operadores estão avaliando as consequências de um esforço da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados de aumentar os preços por meio da redução da produção, enquanto as sanções dos EUA sobre o Irã e a Venezuela restringiram, paralelamente, a oferta. Mas, contra esses fatores há preocupações de que um conflito comercial americano e uma desaceleração econômica mundial mais amplos tenham deprimido os preços. Além disso, alguns operadores preveem que o setor americano de petróleo de xisto terá expansão acelerada.

Em relatório publicado na terça-feira, o EIA reduziu a perspectiva da demanda mundial por petróleo em 2019. O órgão também baixou as projeções para a produção americana de petróleo, mas ainda se prevê que a extração do país alcançará novos recordes anuais neste ano e em 2020.

“O simples pensamento em superprodução neste ambiente econômico mundial em deterioração sugere que, se a Opep e seus aliados não conseguirem cobrir o fosso aberto pelo acordo, os mercados vão cair depressa”, disse Innes.

Um dos maiores operadores de petróleo disse ao “Financial Times” neste mês que a situação do mercado “é das mais complicadas que vejo em muito tempo”. Doug King, o operador-sênior do fundo hedge Merchant Commodity Fund, sediado em Londres, disse que há grande incerteza quanto à perspectiva dos preços.

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