Etanol impulsiona inovação tecnológica no setor aeroespacial

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Fonte: UNICA

Além de agregar sustentabilidade, a presença do etanol no processo de fabricação de combustível para foguetes e motores de satélite pode ser estratégico para o avanço do programa espacial brasileiro. Alfred Szwarc, consultor de Emissões e Tecnologia da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), assim resume o projeto desenvolvido recentemente no Laboratório Associado de Combustão e Propulsão (LCP), ligado ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), e que resultou no desenvolvimento de um propelente mais limpo, de menor custo e maior desempenho.
“O etanol vem se consolidando na composição de combustíveis espaciais desde 2011, quando o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) iniciou o desenvolvimento de um motor movido à base de uma combinação entre o biocombustível e oxigênio líquido. O projeto foi bem-sucedido com o lançamento, em 2014, do primeiro foguete brasileiro equipado com esta tecnologia. Agora, nesta nova iniciativa do INPE, o etanol aparece mais uma vez como uma fonte renovável e de alto desempenho”, afirma o especialista da UNICA.
Segundo o INPE, o novo combustível resulta de uma mistura de dois compostos orgânicos, o etanol e o etanolamina, que ao reagirem com outra substância química, o peróxido de hidrogênio, popularmente conhecido como água oxigenada, entram em combustão espontânea sem a necessidade de fontes externas de acionamento. “Descobrimos que o etanol funciona muito bem nessa reação, pois aumenta o desempenho do motor e reduz os custos. A decomposição do peróxido a 90% eleva muito a temperatura do sistema, o que facilita na ignição do motor", explica o chefe do LCP, Ricardo Vieira. ( assista o vídeo)
De acordo com o executivo, custo de produção e segurança ambiental são as principais vantagens apresentadas pelo novo combustível brasileiro em relação aos concorrentes usados em larga escala pela indústria espacial. Hidrazina e tetróxido de nitrogênio, dois dos propelentes mais utilizados no mundo, são caros e importados. O quilo de cada uma deles pode valer, em média, R$ 1 mil, sem contar o risco de contaminação do ar, visto que ambos apresentam potencial cancerígeno. Já o produto desenvolvido no LPC apresentou custo de aproximadamente R$ 35 por quilo, além do fato de não poluir a natureza.

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