Etanol: usinas e destilarias registram prejuízo de, pelo menos, 10% por litro vendido

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Fonte: UDOP

Os preços de venda do etanol hidratado pelas usinas e destilarias, pela quarta semana consecutiva, estão abaixo de R$ 1,40/litro no Estado de São Paulo. Isso significa, segundo Ricardo Pinto, CEO da RPA Consultoria, que a cada litro produzido e vendido, as usinas e destilarias têm um prejuízo de pelo menos 10%.

“Com os preços neste patamar, os prejuízos estão sendo realizados e, em algum momento, está conta terá de ser paga pelas usinas”, adiciona.

Hoje, muitas usinas pagam esta conta mudando o mix para o açúcar, que agora projeta lucro de 18% e 20%, principalmente diante do dólar super valorizado.

“Outras tantas buscam a receita adicional da cogeração, mas o PLD (preço de liquidação das diferenças) vem ficando abaixo de R$ 90/MWh nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Logo, só os contratos de longo prazo remuneram devidamente a cogeração”, destaca Ricardo Pinto.

Ajuda do governo cada vez mais distante

A resposta para o setor sucroenergético sobre o reajuste da Cide e isenção do Pis/Cofins foi dada pelo Governo: não vão sair.

Diante disso, a esperança do segmento é aguardar uma boa linha para financiamento para a estocagem do etanol. A decisão pode dar um pouco mais de fôlego para que algumas companhias continuem sobrevivendo depois de tantos anos de crise.

Financiamento de estocagem pode ser última esperança das produtoras de etanol

A resposta sobre as ações que o setor sucroenergético pleiteava como o reajuste da Cide e a isenção do Pis/Cofins, foi dada pelo Governo: não vão sair. E diante disso, a esperança do segmento é aguardar uma boa linha para financiamento da estocagem do etanol. A decisão pode dar um pouco mais de fôlego para que algumas companhias continuem sobrevivendo depois de tantos anos de crise.

Os preços de venda do etanol hidratado pelas usinas e destilarias, pela quarta semana consecutiva, estão abaixo de R$ 1,40/litro no Estado de São Paulo. Isso significa, segundo Ricardo Pinto, CEO da RPA Consultoria, que a cada litro produzido e vendido, as usinas e destilarias têm um prejuízo de pelo menos 10%.

“Com os preços neste patamar, os prejuízos estão sendo realizados e, em algum momento, está conta terá de ser paga pelas usinas”, adiciona.

Hoje, muitas usinas pagam esta conta mudando o mix para o açúcar, que agora projeta lucro de 18% e 20%, principalmente diante do dólar super valorizado.

“Outras tantas buscam a receita adicional da cogeração, mas o PLD (preço de liquidação das diferenças) vem ficando abaixo de R$ 90/MWh nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Logo, só os contratos de longo prazo remuneram devidamente a cogeração”, destaca Ricardo Pinto.

Fechar no lucro ao final desta safra será um desafio gigantesco, mas segundo o consultor, a warrantagem possibilitará que parte da produção de etanol seja guardada para venda na entressafra, quando se espera que os preços estejam mais altos.

Haroldo Torres, economista e gestor de Projetos do Pecege, diz que a linha de financiamento, liderado pelo BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) juntamente com um consórcio de bancos, tende a sair em breve.

“Essa linha de crédito não está sendo desenvolvida só para o setor sucroenergético, deve ser estruturada com vistas a atender outros setores como o de aviação, combustíveis de forma geral. Desta forma, essa é uma linha que eu acredito que deva sair, é uma medida que tem tudo para caminhar na forma de ser liberado, no entanto, de nada adianta sair no final da safra canavieira”, observa Torres.

Aumento de endividamento e RJ

Apesar da expectativa de sair a warrantagem, é preciso vislumbrar todos os cenários possíveis. Segundo Torres, se esta ação não sair, a usina ou destilaria fica sem caixa, sendo obrigado a estocar o seu ativo biológico, ou seja, bisar cana.

Além disso, pode ser que haja aumento do endividamento de muitas usinas, afinal, como já vem acontecendo, algumas unidades estão vendendo o etanol, mas não em volume suficiente — já que as vendas diminuíram 34% no mês de abril — e a um preço que não cobre seus custos de produção. Isso poderá causar aumento do endividamento, isso se essas usinas conseguirem crédito.

“É importante dizer que os próprios credores começam a olhar o setor como muito mais arriscado e com o nível de raiting menor. Portanto, o aumento de endividamento ou eventualmente até pedidos de recuperação judicial ou mesmo default, ou seja, unidades poderão ter que pedir a prorrogação dos pagamentos de fornecedores e de todos os stakeholders da cadeia, poderão ocorrer caso não se consiga acesso a linhas de financiamento”, afirma o Gestor de Projetos do Pecege.

 

Fonte: RPA News

 

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