Leilões de óleo e gás podem gerar R$ 83 bi até 2019, prevê ANP

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Fonte: Valor Online

A Agência Nacional do Petróleo (ANP) projeta que os dez leilões que serão realizados em 2017, 2018 e 2019 poderão resultar em investimento direto de US$ 83 bilhões no setor de óleo e gás. Os cálculos, segundo Décio Oddone, diretor-geral da agência, são probabilísticos e consideram a chance de sucesso exploratório das empresas. Ainda não é possível estimar o valor que o governo vai arrecadar com bônus em todos esses leilões. Só com os quatro programados para 2017 o Ministério de Minas e Energia (MME) espera obter R$ 8,5 bilhões. As projeções da agência são de que as áreas têm potencial de volume recuperável superior a 10 bilhões de barris de petróleo, como antecipou o Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor, na segunda-feira. Se todo esse petróleo for efetivamente descoberto, isso resultará em aumento superior a 2 milhões de barris por dia na produção de petróleo no país em 2027. Para efeito de comparação, o Brasil fechou 2016 com reservas provadas de 12,7 bilhões de barris de petróleo e 378 bilhões de metros cúbicos de gás. Não está incluída no cálculo a produção de campos já leiloados em fase de pré-produção, como é o caso de Libra, só para citar um exemplo. Para que essas estimativas se tornem realidade será preciso primeiro confirmar o potencial das áreas após os leilões. A ANP calcula que mais de 300 poços exploratórios precisarão ser perfurados, o que vai exigir a operação simultânea de número superior a 20 sondas de perfuração no país. Essa atividade permitirá reativar um segmento que sentiu muito a desaceleração da Petrobras e a baixa participação de empresas privadas no setor que passou cinco anos sem leilões. Adicionalmente, serão necessárias 17 novas plataformas de produção. É com base nessas projeções que a ANP estima o investimento de US$ 83 bilhões. Segundo Oddone, as áreas que serão oferecidas pelo Brasil estão entre as mais atrativas do mundo e devem gerar um número ainda maior de investimentos indiretos, feitos pela cadeia produtiva. “O cálculo desses investimentos não leva em consideração os investimentos indiretos. E estatisticamente os números mostram que a cadeia investe mais duas vezes e meia o que as empresas investem diretamente”, disse Oddone em entrevista de Houston (EUA). Isso significa que no caso de sucesso, os US$ 83 bilhões resultariam em investimento indireto de outros US$ 166 bilhões a US$ 207,5 bilhões pela empresas que prestam serviços. A ANP também prepara mudanças nos contratos e nas regras da 14ª Rodada de Licitações, marcada para este ano e onde serão oferecidos 287 blocos no mar e em terra. O objetivo é reduzir o custo de entrada das empresas e simplificar contratos, diz Oddone. A agência pretende retirar a exigência de conteúdo local como critério de oferta e reduzir de 10% para 5% os royalties incidentes sobre a produção em áreas de novas fronteiras e maduras que apresentam bons riscos geológicos, logísticos e econômicos. Oddone afirma que o objetivo é tornar mais atraente o investimento em exploração e produção nessas áreas, estimulando a participação indireta de fundos de investimentos. Outra mudança em análise é a introdução de uma única fase exploratória nos contratos, excluindo a obrigação de perfurar um poço no segundo período. Atualmente, as empresas se comprometem a perfurar ao menos um poço, independentemente do resultados sísmico na fase inicial. As mudanças serão submetidas a uma audiência pública. Para este ano já foram autorizadas quatro leilões. No primeiro, a 4ª Rodada de Acumulações Marginais, serão oferecidas áreas menores. Em seguida virá a 2ª Rodada de Partilha com áreas unitizáveis do pré-sal. O terceiro é a 14ª Rodada de Licitações, já com mudanças, e depois será realizada a 3ª a Rodada de Licitações sob o regime de partilha da produção. Nessa última serão oferecidos os prospectos Pau Brasil, Peroba, Alto de Cabo Frio-Oeste e Alto de Cabo Frio-Central, dentro do polígono do pré-sal de Campos e Santos. Os bônus para as quatro áreas foram definidos em R$ 4,35 bilhões pelo Conselho Nacional de Política Energética.

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